Briófitas aquáticas como bioindicadores da poluição de águas superficiais por metais pesados
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A bacia do Rio Ave tem sido ao longo dos anos alvo de descargas ilegais dos mais variados tipos de indústrias, tendo atingido níveis de contaminação por metais pesados que põem em perigo todo o ecossistema aquático.
O homem, como elemento último dum conjunto de cadeias alimentares, por ingestão de peixe, utilização da água para rega ou consumo de água produzida a partir das águas captadas nesta bacia, será certamente o mais afectado com consequências múltiplas para a sua saúde.
A relativa abundância de espécies de briófitas aquáticas fez com que fossem aproveitadas como bons indicadores de poluição por metais pesados em vários estudos sobre a qualidade de águas superficiais.
A utilização de briófitas aquáticas surgiu, assim, como um instrumento de avaliação global da contaminação por metais pesados (Cd, Cr, Cu, Fe, Hg, Ni, Pb e Zn) na bacia hidrográfica do Rio Ave (Norte de Portugal).
Os resultados indicam factores de contaminação máximos nos musgos entre 2,6 / 2,5 (Hg) e 86,0 / 28,8 (Zn) em duas campanhas realizadas em épocas diferentes do ano, respectivamente.
Os locais de amostragem foram classificados em três classes de qualidade. Na 1ª campanha, duas das estações (Rio Este) foram classificadas na Classe C (maior poluição) não existindo nenhuma na Classe A. Registou-se uma melhoria global significativa na 2ª campanha.