Perfil epidemiológico dos acidentes de trabalho nos enfermeiros de uma unidade hospitalar do norte do país.
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Os profissionais de Enfermagem, por inerência da profissão que desempenham, constituem um grupo de risco para os acidentes de trabalho. As actividades que desenvolvem requerem grande proximidade física com o paciente, manipulação de materiais perfurocortantes, de fluidos corporais, num ambiente de dor e sofrimento lidando frequentemente com a morte. Assim, os Enfermeiros ficam expostos a vários factores de risco: físicos, químicos, mecânicos, biológicos, ergonómicos e psicossociais, que podem comprometer a sua saúde e facilitar a ocorrência de acidentes de trabalho.Descrever o perfil epidemiológico dos acidentes de trabalho nos profissionais de enfermagem de uma unidade hospitalar do norte do país entre 2007-2009. Analisar a associação entre de acidentes de trabalho e absentismo laboral. Contribuir para a educação em saúde ocupacional nos enfermeiros.Estudo epidemiológico transversal retrospectivo, referente ao período de 1 de Janeiro de 2007 a 31 de Dezembro de 2009. Definiram-se como critérios de inclusão, ser enfermeiro e ter acidente de trabalho notificado. A informação foi obtida recorrendo ao registo de notificação dos acidentes de trabalho da DRHS e à ficha de registo no Serviço de Urgência. A recolha de dados foi realizada após autorização do Conselho de Administração durante o mês de Janeiro de 2011, nos dias úteis entre as 9:00 e as 17:00 horas no serviço de recursos humanos.
Resultados: Foram notificados 66 acidentes de trabalho em enfermeiros, houve uma diminuição ao longos dos três anos de (37,9%) para (27,3%). A maior prevalência verificou-se no sexo feminino (90%), no grupo etário 50-54 anos (25,8%), a praticar horário por turnos (95,5%) e a trabalhar nos serviços de urgência (22,7%) e medicina (21,2%). O dia da semana mais acidentado foi a segunda-feira (27,3%), a distribuição ao longo do ano mostrou menor incidência nos meses de verão e maior no mês de Janeiro (15,2%). Em média os acidentes ocorreram às 13, 9 horas, 36,4% ocorreu entre 1ª e 3ª hora após o inicio do turno e 31,8% no 3º dia de trabalho após descanso semanal. As principais causas do acidente foram a picada de agulha (42,4%) e os esforços excessivos (18,2%) o que teve como consequência as feridas (48,5%) e entorses/distensões (24%). Atingiram maioritariamente as mãos (51,5%) e o tronco (17%), resultaram em incapacidade 22,5%, e perderam-se em média 10 dias de trabalho. Os acidentes mais frequentes nos enfermeiros são os provocados por material perfurocortante e por esforços excessivos. Prevalecem os acidentes no sexo feminino, na faixa etária mais idosa, nos serviços que exigem maior rapidez na actuação/decisão e maior esforço físico para cuidar dos pacientes.Evidencia-se a criação de estratégias dirigidas a estes profissionais, visando a prevenção de acidentes em meio hospitalar, como: implementação de programas contínuos de educação para a saúde laboral, monitorização e sensibilização dos enfermeiros para a necessidade de imunizações periódicas especificas, disponibilização EPI e de mobilização de paciente, entre outras, visando garantir ambientes de trabalho seguros e saudáveis.