Contextos educacionais na primeira infância: papéis e atores
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A atualidade (consideremos as duas últimas décadas), que a literatura científica melhor
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tempo de mudança e, neste sentido, a pós-modernidade não é distinta. O que é distinto,
quiçá, é a velocidade de mudança, a vertigem emergente de fenómenos como a
globalização e a revolução digital e todas as suas incontáveis e incomensuráveis
implicações.
A educação e o processo educativo estão, naturalmente, no cerne desta vertigem. O
contexto social atual é marcado por locais e processos de socialização (e de educação)
muito diversificados. A reflexibilidade da pós-modernidade na conceção de Beck, Giddens
e Lash (2000), em que reflexibilidade é sinónimo de imprevisibilidade dos fenómenos e
não de ações e práticas refletidas, amadurecidas e testadas cultural e socialmente, introduz
uma miríade de oportunidades mas também de riscos.
Todo o educador, seja ele profissional ou familiar, carrega consigo interrogações
sobre o seu desempenho como educador e sobre o bom caminho (digamos assim) do seu
educando. Todo o verdadeiro educador se interroga sobre o processo educacional, não
tendo como o evitar. Há, todavia, ideias e pressupostos que podem ajudar a mitigar e viver
melhor com essas interrogações, como sejam: as ideias inspiradoras do paradigma
interacionista de Mead (Blumer, 1982) em que todos os indivíduos são atores maiores do
seu próprio desenvolvimento; as ideias emergentes do desenvolvimento ótimo de Erikson
(Erikson, 1972), em que, identidades saudáveis e funcionais resultam mais facilmente de
contextos educacionais e de socialização também eles saudáveis e funcionais; e, por fim, a assunção de vantagem em promover a plasticidade do ego referidas por Mendes (Mendes,
2001) como forma dos indivíduos melhorarem a sua eficácia (e a sua felicidade) face à
vertigem de mudança a que estão sujeitos.
É neste contexto societário que, pensamos, deve ter lugar a reflexão sobre o
processo educacional das crianças. É tudo isto que está implícito à ideia de educação de
qualidade na qual a criança participa ativamente no seu próprio processo educativo (Luís,
Sofia, & Santos, 2015).