Conhecimentos e atitudes de adolescentes sobre métodos contraceptivos: estudo de caso numa escola do lobito, Angola
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As transformações físicas e psicoemocionais que ocorrem na
adolescência, acompanhadas pelo desenvolvimento de caracteres sexuais
secundários, busca da identidade, tendência grupal, vivência singular,
evolução da sexualidade, assim como pelo desenvolvimento do
pensamento conceitual, fazem com que o adolescente viva intensamente
a sua sexualidade. Muitas vezes esta é manifestada através de práticas
sexuais desprotegidas, podendo tornar-se um problema para o
adolescente, devido à falta de informação, de comunicação entre os
familiares, tabus, ou mesmo pelo facto de ter medo de assumir a sua
sexualidade. A gravidez na adolescência é considerada um grave problema
social nos países subdesenvolvidos, sendo a contraceção um valioso
recurso para a sua prevenção. Objetivos: Avaliar os conhecimentos e
atitudes dos adolescentes sobre os métodos contracetivos, em alunos da
7ª à 9ª classe, numa Escola do I Ciclo do Ensino Secundário do Lobito,
Angola. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, exploratório,
descritivo, aplicando um questionário destinado à obtenção de dados de
caracterização da amostra, à avaliação dos conhecimentos sobre a
contraceção e usada “Escala de Atitudes” de Costa (2015). Participaram no
estudo 45 alunos adolescentes. Resultados: Amostra maioritariamente do
sexo feminino (55,6%), a frequentarem a 9ª classe (91,1%), com média de idades de 16,5 anos. Relativamente aos métodos contracetivos, a maioria
(93,3%) conhece alguns métodos anticoncecionais. O preservativo
masculino é o método mais conhecido pelos inquiridos (62,2%). A maioria
dos adolescentes (68,9%) já iniciou a sua vida sexual e, apesar de só
53,3% manifestarem vida sexual ativa, 62,2% fazem contraceção. Destes,
11,1% do género feminino referiram usar pílula combinada, preservativo
feminino, pílula de emergência (11,1%) e minipílula (2,2%) e 26,7% do
género masculino usam preservativo. No entanto, pode constatar-se um
considerável desconhecimento por parte dos adolescentes em relação à
utilidade e segurança de alguns métodos contracetivos, principalmente dos
preservativos e das pílulas. Em 13,3% da amostra já aconteceram
gravidezes. As principais fontes de informações sobre os métodos
contracetivos são os professores (61,9%) e amigos (52,4%), seguidos dos
profissionais de saúde (35,7%). Na escala de atitudes em relação à
contraceção, a maioria afirmou que é importante conhecer os métodos
anticoncecionais antes de iniciar a vida sexual (62,2%), a prevenção da
gravidez deve ser responsabilidade do casal (60%), sendo difícil obter os
métodos para prevenção da gravidez (51,1%). Com atitudes negativas,
44,4% referem que o preservativo atrapalha a relação sexual e com 37,8%:
usar métodos para prevenir gravidez torna o relacionamento muito sério,
quem usa métodos para prevenir gravidez depois tem dificuldade de ter
filhos, a mulher é quem se deve preocupar em prevenir gravidez e, apenas
26,7% são da opinião que os métodos para prevenir gravidez dão mais
liberdade para o relacionamento sexual. Conclusões: A prática contracetiva
é um importante fator na prevenção da gravidez precoce. A pouca
informação/comunicação sobre os métodos contracetivos específicos para
adolescentes, por entidades competentes e pelos pais, tem contribuído
sobremaneira para o surgimento de muitos casos de gravidez precoce em
Angola, nomeadamente na cidade do Lobito.