A inactividade física é um dos principais factores de risco associados ao
desenvolvimento de diferentes patologias, sendo considerada uma questão fundamental
de saúde pública nos países ocidentais. Diversas medidas têm sido adoptadas no sentido
de favorecer a prática regular de actividade física, de acordo com as directrizes de
organismos internacionais, verificando-se um aumento significativo do nível de
informação e da oferta existente de programas exercício e saúde. No entanto, não se
observam melhorias significativas nos níveis de actividade física, existindo dificuldades
na alteração dos comportamentos conducentes a um estilo de vida mais activo. Uma das
razões associadas está relacionada com a diferença existente entre os objectivos
propostos pelas actividades físicas e as expectativas e motivações dos indivíduos
envolvidos nestes programas. O conjunto de características individuais, resultantes
também da forma como o indivíduo interage com o mundo exterior, devem ser
atendidas neste tipo de actividade. A presente comunicação pretende assim evidenciar
as implicações positivas que o conceito Qualidade de Vida (WHO) pode ter na
concepção e estruturação das actividades físicas de modo a não serem apenas
direccionadas para o desenvolvimento da aptidão física ou para a melhoria de sintomas
clínicos, mas que possam contemplar outras necessidades do indivíduo, por vezes
negligenciadas.