Effect of fresh and composted spent coffee grounds on lettuce growth, photosynthetic pigments and mineral composition
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Nos últimos anos, tem sido observado um crescimento constante da indústria de café, e consequentemente, dos vários resíduos que são originados durante o seu processamento. Um desses resíduos é a borra de café resultante da extração de café bebida. Várias são as referências acerca da sua utilização como fertilizante orgânico em culturas domésticas, especialmente em jardins. No entanto, evidências científicas acerca da sua eficácia ou até mesmo segurança permanecem desconhecidas.
Neste trabalho pretendeu-se avaliar o efeito da borra de café fresca e compostada no crescimento e composição mineral de Lactuca sativa L., em condições de estufa. Pretendeu-se ainda determinar a dose de borra de café que permite obter o máximo de crescimento. Para tal, plantas de alface cv. "Quatro estações" foram plantadas em terra vegetal (controlo) ou em terra vegetal misturada com diferentes concentrações de borra de café fresca (2,5, 5, 10, 15, 20%, v/v) ou compostada (5, 10, 15, 20, 30 %, v/v). Após 39 dias, as plantas foram colhidas e utilizadas para avaliar o seu crescimento, o teor em pigmentos fotossintéticos e a composição mineral das folhas.
A aplicação da borra de café fresca e compostada, bem como a sua concentração influenciaram significativamente todos os parâmetros analisados. A borra de café fresca estimulou o crescimento das plantas e aumentou o teor de carotenóides, a baixas concentrações (2,5-5%). Um efeito semelhante foi observado para a forma compostada, mas apenas quando aplicada em concentrações elevadas (10-20%). Pelo contrário, os teores foliares de N, P e K foram, em geral, reduzidos em plantas cultivadas em borra de café. As alfaces cultivadas em borra compostada obtiveram, em média, maior teor em chl a, chl b, N e K, e maior crescimento, em comparação com alfaces cultivadas em borra de café fresca. Ambos os tratamentos podem ser utilizados para reciclar a borra de café uma vez que demonstraram benefícios hortícolas.
Os autores agradecem a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) o apoio financeiro (Project PTDC/AGR-AAM/102447/2008).
