Utilização de uma metodologia superfície-resposta para maximizar a extração de ácido rosmarínico
Conference Paper
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abstract
FCT e ao FEDER através do programa PT2020 pelo apoio financeiro ao CIMO
(UID/AGR/00690/2013), bolsa de Márcio Carocho (SFRH/BPD/114650/2016) e contrato de Lillian Barros.
Miguel A. Prieto agradece à Xunta de Galicia pela sua bolsa. Este trabalho foi financiado pelos Fundos
Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) através do Programa Operacional Regional Norte 2020, no
âmbito do Projeto NORTE-01-0145-FEDER-023289: DeCodE. Os autores também agradecem ao programa
FEDER-Interreg España-Portugal pelo apoio financeiro através do projeto 0377_Iberphenol_6_E.
O crescente interesse dos consumidores pelos alimentos que consomem aliado à maior
taxa de literacia, está a revolucionar a indústria alimentar, nomeadamente no sentido
de um menor processamento de alimentos e na utilização de aditivos alimentares de
origem natural. Entre esses aditivos, o ácido rosmarínico (AR), extraído do alecrim
(Rosmarinus officinalis L.), é usado como conservante em muitas matrizes alimentares,
estando já aprovado pela European Food Safety Authority (EFSA) com o número de
acesso E 392. Dada a longa e pouco económica extração deste aditivo a partir do
alecrim, outras plantas que ofereçam rendimentos razoáveis devem ser equacionadas
para a produção de extratos naturais com poder conservante.
Neste trabalho, uma extração hidroalcoólica assistida por calor com diferentes
variáveis, como percentagem de etanol (S, 0 - 100%), temperatura (T, 25 - 85ºC) e
tempos de extração (t, 20 - 120 minutos) foi aplicada às folhas de três plantas aromáticas
e medicinais diferentes, nomeadamente alecrim, manjericão (Ocimum basilicum
L.) e salvia (Salvia officinalis L.). Posteriormente, foi aplicado uma metodologia de
superfície-resposta com vista a encontrar a resposta máxima de ácido rosmarínico,
um dos compostos fenólicos mais importantes na atividade conservante do extrato
de alecrim. Este modelo utilizou um desenho central composto de três variáveis com
cinco níveis diferentes. Os resultados da extração foram expressos em três valores de
resposta Y: Y1) mg de AR, determinados por HPLC-DAD, expresso por grama de
folha (F) seca (mg AR/g F massa seca (ms)), usada para analisar especificamente a
quantidade de AR presente nas folhas; Y2) miligramas de AR obtidas do resíduo seco
(mg RA/g R) de forma a medir a pureza (P) do resíduo; e Y3) em g R/g ms, que oferece
informação relativa ao rendimento da extração. No caso do alecrim, as condições
ótimas de maximização da extração foram de 87±7 minutos, 85±8 ºC e 39,1±0,8% de
etanol, produzindo cerca de 23,3±0,7 mg AR/g F ms (Y1), 82±4 mg AR/g R (Y2), e
0,31±0,02 g R/g ms (Y3). Para o manjericão, estes valores situaram-se em 98±4 min,
85,0±0,8 ºC, e 45±4% de etanol, resultando em 29±1 mg RA/g F ms (Y1), 112±11 mg
AR/g R (Y2) e 0,32±0,04 g R/g ms (Y3). Finalmente, para a salvia os resultados foram
de 120±6 minutos, 85±2 ºC e 47,2±0,8% de etanol, resultando em 29±2 mg AR/g F ms
(Y1), 127±5 mg AR/g R (Y2) e 0,33±0,03 g R/g ms (Y3).
Estes resultados permitem concluir que o alecrim demonstra a maior quantidade de
AR, mas que tanto o manjericão como a salvia permitem um rendimento aceitável,
podendo ser de interesse para a indústria alimentar.