No presente estudo investigou-se o comportamento higiénico de colónias de
abelhas melíferas portuguesas através do teste de morte da criação de obreira por
congelação e de vários métodos de infestação de alvéolos de criação de obreira com o
ácaro V. destructor. Avaliou-se também o nível de expressão do comportamento
higiénico manifestado por grupos de colónias higiénicas e não higiénicas, por ano e
entre anos. Além disso, analisou-se quer o efeito da aplicação conjunta dos vários
métodos de infestação, quer a relação entre o nível de comportamento higiénico
manifestado nesses grupos e a respectiva resposta perante vários métodos de infestação
aplicados de forma independente.
O teste da morte da criação por congelação mostrou-se eficaz na avaliação do
comportamento higiénico em colónias existentes no Nordeste de Portugal, que
manifestam, às 24 horas, uma elevada capacidade de resposta. Todavia, as colónias
(higiénicas e não higiénicas) não mantiveram o mesmo padrão comportamental durante
os três anos de estudo.
As colónias conseguiram detectar a presença de criação infestada quer com ácaros
mortos (independentemente do processo de morte testado), quer com ácaros vivos. A
aplicação de vários métodos de infestação em simultâneo na mesma colónia interferiu
no nível de resposta.
A infestação artificial de alvéolos de criação operculada de obreira com V.
destructor vivas foi a que provocou uma maior reacção das obreiras em cada um dos
dois grupos de colónias (higiénicas e não higiénicas).
A infestação artificial com V. destructor mortas naturalmente revelou-se mais
favorável comparativamente à infestação artificial com V. destructor mortas por
congelação.
O nível de expressão dos comportamentos manifestados pelas obreiras, relativos à
criação infestada, pode ser influenciado pela estação do ano.
Aparentemente não existiu uma relação entre o comportamento higiénico avaliado
através do teste de morte da criação por congelação e o comportamento de remoção de
criação e parasitas do interior dos alvéolos operculados de obreira. Levels of hygienic behaviour were investigated on Portuguese honey bee
colonies, via a freeze-killed brood assay based on time bees required to detect, uncap
and remove a comb section containing freeze-killed worker pupae. Several methods of
brood cells artificially infested with V. destructor were also tested for their ability to
induce bee removal of mite-infested pupae.
Levels of hygienic behaviour shown by hygienic and non-hygienic colonies were
evaluated and compared within and between years. The effect of simultaneously
applying several methods of artificial brood cell infestation into single colonies was
assessed. Furthermore, the association between colonies’ hygienic behaviour status and
the artificial infestation methods (applied into different colony groups) was also studied.
The freeze-killed brood assay proved an efficient test for evaluating hygienic
behaviour of honey bee colonies from Northeast Portugal, although hygienic and nonhygienic
groups of colonies did not keep similar hygienic behaviour degrees throughout
the experimental period (3 years).
Honey bee colonies clearly detected artificially infested brood cells with both
dead and alive V. destructor. The simultaneous use of several infestation methods in
single colonies interfered in their levels of hygienic behaviour.
Worker brood cells artificially infested with live V. destructor induced stronger
colony reactions on both hygienic and non-hygienic colony groups. Also, worker brood
cells artificially infested with naturally dead mites encouraged higher levels of cleaning
behaviour than worker brood cells infested with frozen dead mites.
The expression of cleaning behaviour towards V. destructor infested brood cells
seems to be season dependent.
No relationship was found between degrees of hygienic behaviour (as assessed via
the freeze-killed brood assay) and levels of brood removal from V. destructor artificially
infested cells.