Avaliação funcional e efeitos de um treino aeróbio em pacientes hemodialisados com insuficiência renal crónica
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Introdução: o músculo-esquelético dos pacientes com IRC está marcadamente afectado. As diferentes alterações metabólicas experimentadas por estes pacientes têm como consequência a debilidade muscular, a fadiga, uma menor tolerância ao exercício e uma reduzida habilidade para gerar força.
Objectivo: estudar os efeitos de um treino aeróbio sobre a condição física de pacientes hemodialisados com IRC.
Método: o estudo teve a duração de 18 semanas. Na primeira semana procedeu-se à explicação dos detalhes do estudo aos pacientes e procedeu-se à recolha dos dados das histórias clínicas dos 123 pacientes. Na segunda semana procedeu-se à avaliação de provas funcionais de manifestações de força e efectuaram-se ergoespirometrias. Em função dos dados ergoespirométricos desenvolveu-se um programa individualizado de treino, em tapete rolante ou cicloergómetro. O treino teve a duração de 14 semanas, com uma frequência de 3 vezes por semana, realizando-se nos 30 minutos prévios à sessão de hemodiálise. Uma vez finalizado o programa de treino, procedeu-se à avaliação das mesmas provas da segunda semana.
Discussão de resultados: os homens alcançaram melhores resultados nos testes efectuados, comparativamente com as mulheres. Depois do período de treino, observou-se uma tendência positiva no grupo de treino no teste sentar e levantar, não se observaram alterações significativas no teste de força de preensão manual, observou-se uma melhoria significativa no grupo treinado no teste levantar e caminhar e não houve alterações significativas nas diferentes manifestações de força avaliadas. O grupo de treino melhorou o VO2pico em 9% e o grupo controlo piorou 9,9% mas esta diferença não foi significativa.
Conclusões: os pacientes estudados apresentam a capacidade aeróbia e a força diminuídas quando comparados com a população saudável das mesmas características. O treino aeróbio não produziu as adaptações descritas habitualmente na população saudável. É necessário identificar os pacientes que apresentam as condições mínimas para que o treino seja eficaz.