Funcionalidade de idosos institucionalizados que caíram e não caíram no último ano
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O declínio da capacidade funcional, particularmente da capacidade física, que envolve redução dos níveis de força muscular, alterações da marcha e distúrbios do equilíbrio, é amplamente indicado pela literatura como fator de risco major para as quedas em idosos (Rubenstein, 2006) e um importante preditor do risco de queda (Kwan, Kaplan, Hudson-McKinney, Redman-Bentley, & Rosario, 2012).
A gravidade das quedas na população idosa é devida não só à elevada incidência mas principalmente a uma maior suscetibilidade a traumatismos causada por uma elevada prevalência de patologias crónicas e pelas alterações relacionadas com o envelhecimento nomeadamente a diminuição dos reflexos de autoproteção (Rubenstein, 2006).
Avaliar a funcionalidade de idosos institucionalizados que caíram e não caíram no último ano.
Desenhámos um estudo descritivo, correlacional e transversal, com a colheita dos seguintes dados:
a) Variáveis demográficas: género, idade e tempo de institucionalização;
b) Número de quedas no último ano
c) Tinetti Falls Efficacy Scale (FES) (Melo, 2011);
d) Senior Fitness Test Rikli Jones (1999) – protocolo modificado;
e) Força de preensão manual das duas mãos: dinamómetro manual Jamar®;
f) Força de preensão do polegar: dinamómetro digital Baseline®;
g) Composição corporal através do método de bioimpedância com balança Tanita®.
Desenvolvimento
Foram avaliados um total de 40 idosos, 23 mulheres (83.3±6,11 anos) e 17 homens (79,59±8,00anos) com um score na escala medo de cair de 82,58±22,88. Encontrámos significativa diferença de médias, nos grupos dos idosos que caíram e não caíram no último ano, nas seguintes variáveis quantitativas, respectivamente:
• Idade (84,42±4,36 vs. 80,57±7,81anos);
• Força de preensão manual direita (14,58±5,84 vs. 22,01±8,37Kg/f);
• Força de preensão manual esquerda (13,58±8,09 vs. 20,13±8,66Kg/f);
• Índice de massa corporal (35,88±10,27 vs. 29,41±5,79K/m2);
• Gordura corporal total (41,24±7,61 vs. 33,93±7,36%);
• Água corporal (42,29±5,30 vs. 47,44±5,27%).
A avaliação da funcionalidade permite identificar, nos idosos, características de risco de queda, como por exemplo a diminuição da força muscular, e assim desenhar programas de prevenção individualizados (Kwan et al., 2012). Os idosos que avaliámos apresentam níveis de funcionalidade baixos. Verificámos existir uma relação estatisticamente significativa entre a ocorrência de pelo menos uma queda no último ano e a idade, a força de preensão manual, o índice de massa corporal, a gordura corporal total e a água corporal.
É importante promover estilos de vida saudáveis, nomeadamente através de programas de exercício e de alimentação equilibrada, de forma a aumentar os níveis de funcionalidade dos idosos e de reduzir risco de queda.