Persistência de leguminosas anuais de ressementeira natural cultivadas como cobertos vegetais em olival e geridas sem pastoreio
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A manutenção do olival em modo de produção biológico é
insustentável sem uma fonte natural de azoto. Os cobertos vegetais
herbáceos de leguminosas podem fornecer o azoto necessário para
manter as árvores num estado nutricional aceitável.
Neste trabalho2 reportam-se resultados de um ensaio em que se
utilizaram como culturas para sideração em olival biológico tremoço
branco, ervilhaca e uma mistura de leguminosas pratenses de
ressementeira natural. Como testemunha foi utilizada a vegetação
natural. O ensaio decorreu na Qta do Carrasca! em Vila Flor, NE Portugal.
Os cobertos foram semeados no Outono de 2009 e destruídos com
destroçador em Maio de 2010. A biomassa destroçada foi mantida sobre
o solo na forma de mulching não tendo sido incorporada. A
disponibilidade de azoto no solo foi determinada usando plantas
nitrófilas que se cultivaram nos diferentes talhões experimentais dentro
de pequenos círculos de PVC no Outono e Primavera seguintes. No
Outono cultivou-se nabiça e na Primavera cevada. A vegetação
espontânea que se desenvolveu na estação de crescimento a seguir ao
cultivo das leguminosas foi também usada como indicador da
biodisponibilidade de azoto no solo. A nabiça recuperou 42, 25, 21 e 4 kg
N ha·1
, respetivamente, quando foi cultivada nos talhões de t remoço
branco, ervilhaca, leguminosas anuais e vegetação natural. A cevada
cultivada na Primavera seguinte exportou menos azoto devido a
condições de crescimento particularmente desfavoráveis por falta de
precipitação. No talhão de tremoceiro surgiu bastante azoto disponível
no Outono, o que pode originar reduzida eficiência de uso do nutriente.
O azoto disponível no solo avaliado através da vegetação espontânea
revelou valores superiores nos talhões de leguminosas relativamente à
testemunha. Na última colheita em 2 de Maio, a vegetação espontânea
tinha recuperado 28, 39 e 10 kg N ha·1 nos talhões de tremoço, ervilhaca
e vegetação natural. Estes valores não devem ser vistos em termos
absolutos pois esta vegetação espontânea presente é de reduzida
nitrofilia e ciclo curto, tendo reduzida capacidade de utilizar o azoto
disponível. No talhão de leguminosas anuais o N exportado foi bastante
mais elevado, devido ao facto de se amostrarem as próprias leguminosas
semeadas e do seu acesso ao N atmosférico.