Educação Ambiental e promoção da saúde na Lixeira da Penha
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A crescente produção de resíduos sólidos urbanos (RSU, associada a um estilo de vida cada vez mais consumista, tem-se constituído um dos maiores problemas das sociedades. Ganham, por isso, maior premência os projetos de educação ambiental e de promoção da saúde associados à prevenção e à gestão dos resíduos sólidos urbanos. Em São Tomé e Príncipe a modificação dos padrões de consumo e a fraca aposta na agricultura e transformação de produtos locais, tem conduzido ao aumento da importação e da comercialização de uma grande variedade de produtos embalados, que se traduz no aumento de resíduos não tratados. Tratando-se de um país insular, a gestão dos resíduos tem constituído um problema acrescido para as Câmaras Distritais, uma vez que não possuem os meios necessários para lhes darem o tratamento adequado. A Lixeira da Penha, localizada no distrito de Água-Grande, é a maior do país e origina problemas de saúde púbica e de contaminação ambiental. A existência de habitações e de uma linha de água na proximidade são dois dos principais problemas. No entanto, é na sua utilização que residem os principais riscos, nomeadamente para as crianças que ali se deslocam para recolher materiais e objetos que elas e as suas famílias consomem, usam ou vendem.
Com o presente estudo, pretende-se atingir os seguintes objetivos: a) Conhecer as utilizações que os frequentadores da Lixeira de Penha fazem dos resíduos recolhidos e a importância económica dessa atividade para as famílias; b) Aferir junto da população local as suas perceções sobre os efeitos da presença da lixeira a céu aberto para a saúde e o ambiente; c) Sensibilizar os diferentes agentes relacionados com a gestão dos RSU na Lixeira de Penha para a importância da prevenção e da redução da produção de resíduos e para o correto encaminhamento e tratamento.
Nesta investigação aplicou-se um questionário a 25 frequentadores da Lixeira da Penha e realizou-se uma entrevista aos representantes das Câmaras Distritais de Água-Grande e Mé-Zochi. Fez-se também uma ação de sensibilização das crianças que frequentam a escola mais próxima da lixeira. Os resultados mostram que há uma perceção generalizada sobre as consequências nefastas do manuseamento direto e do não tratamento dos RSU. Mas, apesar de identificadas, as medidas de gestão que poderão vir a reduzir o impacte negativo dos RSU nesta comunidade não estão ainda implementadas.