Modelação estatística da evolução da epidemia da gripe: aplicação de modelos de duração
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Uma epidemia de gripe é um acontecimento preocupante que, ao propagar-se rapidamente,
afeta milhões de pessoas em tudo o mundo colocando em risco a saúde
humana. Assim, é importante conhecer a forma como poderá evoluir uma epidemia
de gripe e os fatores que podem impulsionar a sua propagação, permitindo que a população,
em geral, e as unidades de saúde, em particular, se possam acautelar e preparar.
Neste sentido, este trabalho de investigação tem como objetivo acompanhar e
analisar a evolução temporal de uma epidemia de gripe, em Portugal, identificando os
seus potenciais picos anuais e potenciais fatores que fomentam a propagação do vírus.
Para a prossecução do objetivo identificado foram aplicados modelos de duração
não-paramétricos, que permitiram estimar os designados estimadores de Kaplan-Meier
e Nelson-Aalen, a uma base de dados cross-section com informação anual relativa a
um período consecutivo de oito anos (de 2005 a 2012). A base de dados foi fornecida
pelo observatório Gripenet que monitoriza a evolução anual do fenómeno da gripe em
Portugal, com o apoio de participantes voluntários. Os estimadores permitem calcular
a probabilidade dos participantes contraírem gripe tendo em conta os seus comportamentos
e as suas características individuais e clínicas Quando se subdivide a amostra
tendo em conta as características dos participantes, observa-se que as mulheres têm
uma probabilidade menor do que os homens de contrair o vírus nos primeiros dias. O
facto de os participantes estarem em casa possui risco de contágio relativamente baixo
com tendência para aumentar lentamente ao longo do tempo. Os participantes que
andam a pé e utilizam os transportes públicos apresentam um risco de contração do
vírus que aumenta muito lentamente com o tempo. Aqueles que fumam diariamente
possuem uma probabilidade de contágio que aumenta rapidamente com o tempo, e os
que vivem sozinhos têm um risco de contágio reduzido e que aumenta lentamente com
o tempo. De forma a minimizar o impacto de uma epidemia é crucial que os planos de
contingência sejam colocados em prática durante o período de não ocorrência.