Capacidade funcional e adesão ao regime terapêutico: a realidade de uma população idosa
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Em Portugal, nas últimas décadas, o aumento da esperança média de vida, o aumento do
índice de envelhecimento, bem como do índice de longevidade, constitui uma realidade que acarreta
preocupações, mas também desafios. Em idades mais avançadas é comum encontrar-se um maior
risco da presença de patologias, essencialmente de cariz crónico, sendo estas por enumeras vezes
responsáveis, por um lado, pela necessidade de um maior consumo do número de fármacos, por outro,
por um aumento do nível de dependência da pessoa idosa nas atividades básicas de vida diária. Objetivo:
O presente trabalho pretendeu avaliar a relação entre a adesão terapêutica e a capacidade funcional da
pessoa idosa na realização das atividades de vida diária. Material e método: Desenhou-se um estudo
descritivo, analítico, transversal de cariz quantitativo. A população alvo incluiu idosos do concelho de
Macedo de Cavaleiros. Aplicou-se um formulário constituído por questões sociodemográficas e clínicas,
pela escala de Barthel e pela escala Medida de Adesão Terapêutica (MAT). Resultados: Obteve-se uma
amostra de 376 pessoas idosas, maioritariamente do sexo feminino (56,6%), com maior predomínio do
estado civil casado/união de facto (48,4%). Verificou-se ainda que 44,1% da amostra refere viver com
o cônjuge e a maioria (55,9%) não possui qualquer tipo de apoio domiciliário. Do total de inquiridos,
67,29% foram considerados independentes, 26,86% como ligeiramente dependentes e 5,85% como
moderadamente dependentes. Constatou-se a existência de valores médios mais baixos de adesão
ao regime terapêutico medicamentoso no grupo das pessoas idosas que se encontravam na categoria
ligeiramente/moderadamente dependentes, comparativamente ao grupo dos independentes, com
significância estatística (p=0,000). Conclusão: Atendendo às responsabilidades das instituições de saúde
para com o processo de adesão ao regime terapêutico, será fulcral envolver equipas multidisciplinares,
redes de apoio social informais ou formais, que apostem na identificação atempada das necessidades
das pessoas idosas, com consequente definição e implementação de intervenções/programas de boas
práticas, que visem a melhor adesão terapêutica possível.
Em Portugal, nas últimas décadas, o aumento da esperança média de vida, o aumento do índice de envelhecimento,
bem como do índice de longevidade, são uma realidade. Tendo por base os últimos censos realizados pelo Instituto
Nacional de Estatística (lNE), entre 2001 e 2011, o índice de envelhecimento aumentou de 102,23 pessoas idosas
por cada 100 jovens, para 127,8 (1). O concelho de Macedo de Cavaleiros constitui um dos concelhos com um
envelhecimento demográfico exacerbado, pois em 2011 o índice de envelhecimento alcançou os 240 (2), acarretando
preocupações, mas também desafios.
o envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, responsável por alterações morfológicas, bioquímicas
e psicológicas. Estas alterações contribuem para uma perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio
ambiente e para a sua maior vulnerabilidade aos processos patológicos que acabam por tomá-lo dependente e leválo
à morte (3). Em idades mais avançadas existe um maJor risco da presença de patologias, essencialmente de cariz
crónica, sendo estas por enumeras vezes responsáveis, por um lado, pela necessidade de um maior consumo do
número de medicamentos, por outro, por um aumento do grau de dependência da pessoa idosa nas atividades
básicas de vida diária. As patologias crónicas podem representar um " ... alto custo na assistência à saúde, além de
propiciarem o surgimento de complicações com grande interferência no grau de dependência e qualidade de vida
das pessoas" (4). Vários estudos revelam que os utentes portadores de patologia crónlca são os que menos aderem
à terapêutica (5).
A Organização Mundial de Saúde considera como determinantes na adesão à terapêutica: os fatores econ6micos
e sociais, o sistema de saúde, as características da doença, a terapêutica e o utente (6). Face ao anteriormente exposto, pretendeu-se neste este estudo avaliar a relação entre a adesão terapêutica e
a capacidade funcional da pessoa idosa na realização das atividades de vida diária.
Em Portugal, nas últimas décadas, o aumento da esperança média de vida, o aumento do índice de envelhecimento, bem como do índice de longevidade, constitui uma realidade que acarreta preocupações, mas também desafios. Em idades mais avançadas é comum encontrar-se um maior risco da presença de patologias, essencialmente de cariz crónico, sendo estas por enumeras vezes responsáveis, por um lado, pela necessidade de um maior consumo do número de fármacos, por outro, por um aumento do nível de dependência da pessoa idosa nas atividades básicas de vida diária. Objetivo: O presente trabalho pretendeu avaliar a relação entre a adesão terapêutica e a capacidade funcional da pessoa idosa na realização das atividades de vida diária. Material e método: Desenhou-se um estudo descritivo, analítico, transversal de cariz quantitativo. A população alvo incluiu idosos do concelho de Macedo de Cavaleiros. Aplicou-se um formulário constituído por questões sociodemográficas e clínicas, pela escala de Barthel e pela escala Medida de Adesão Terapêutica (MAT). Resultados: Obteve-se uma amostra de 376 pessoas idosas, maioritariamente do sexo feminino (56,6%), com maior predomínio do estado civil casado/união de facto (48,4%). Verificou-se ainda que 44,1% da amostra refere viver com o cônjuge e a maioria (55,9%) não possui qualquer tipo de apoio domiciliário. Do total de inquiridos, 67,29% foram considerados independentes, 26,86% como ligeiramente dependentes e 5,85% como moderadamente dependentes. Constatou-se a existência de valores médios mais baixos de adesão ao regime terapeutico medicamentoso no grupo das pessoas idosas que se encontravam na categoria ligeiramente/moderadamente dependentes, comparativamente ao grupo dos independentes, com significância estatística (p=0,000). Conclusão: Atendendo às responsabilidades das instituições de saúde para com o processo de adesão ao regime terapêutico, será fulcral envolver equipas multidisciplinares, redes de apoio social informais ou formais, que apostem na identificação atempada das necessidades das pessoas idosas, com consequente definição e implementação de intervenções/programas de boas práticas, que visem a melhor adesão terapêutica possível.