Uso da terra e riscos de degradação do solo no Nordeste de Portugal: mudanças nas últimas décadas Conference Paper uri icon

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  • O NE de Portugal está, em extensas áreas, sujeito a degradação do solo, num quadro de suscetibilidade à desertificação e de elevado perigo de incêndio. As mudanças recentes nos padrões de uso da terra vêm suscitando interpretações por vezes contraditórias quanto às suas consequências para o recurso solo. Propõe-se neste trabalho discutir os resultados de uma avaliação diacrónica do quadro de riscos de degradação do solo nas últimas décadas no NE de Portugal. As legendas da Carta do Uso da Terra (1987) e da Carta de Ocupação do Solo (2007) foram compatibilizadas quanto às grandes categorias de uso (agricultura, floresta, matos). Foi definido o quadro de riscos de degradação do solo pelo grau de adequação do uso à aptidão da terra, distinguindo-se áreas em sobre-exploração, com uso adequado e em sub-exploração do recurso solo. Revelam-se tendências na evolução da ocupação do solo já conhecidas em Portugal, com redução das áreas agrícolas e incremento dos matos, que se traduzem na diminuição em cerca de 14% da área em sobre-exploração da terra, e num aumento da área em uso adequado (8%) e em sub-exploração (6%). Os resultados, mostrando uma redução desejável na ameaça ao recurso solo, são discutidos considerando a extensão ainda significativa das áreas em sobre-exploração (44%), bem como o acréscimo potencial de outras ameaças ao recurso solo, como o perigo de incêndio, devido ao aumento estimado em 14% em 20 anos nas áreas combustíveis sujeitas a controle social escasso – os matos.

publication date

  • January 1, 2015