Passado, Presente e Futuro da Bioinformática
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Nas últimas décadas do século XX os avanços científicos nos métodos experimentais em
biologia molecular, e mais concretamente na sequenciação genómica , possibilitaram a
acumulação de grandes volumes de dados biológicos primários. Da expansão da informação
genómica resultou, por inerência, um expansão na informação proteómica e metabolómica.
Toda esta informação despertou uma quantidade de investigadores e de esforços de
investigação para desvendar o conhecimento intrínseco aos dados existentes, no intuito de
compreender o funcionamento dos sistemas biológicos e assim extrair benefícios para as áreas
da saúde e da biotecnologia, entre outras.
A bioinformática revelou‐se essencial para o armazenamento, comunicação, processamento e
estudo desses dados. Novos algoritmos, novas aplicações e novas formas de pensar a
computação devem a sua origem à revolução da bioinformação, que teve um marco indelével
na conclusão da sequenciação do genoma humano em 2001. Desde então, a evolução da
bioinformática teve uma evolução só comparável à evolução dos próprios computadores,
sendo que os volumes de informação biológica que são veiculados pelas redes da informação
global, vulgo Internet, têm crescido exponencialmente, e ocupam na actualidade um lugar de
destaque no tráfego da Internet.
É previsível que da sequenciação dos organismos se passe rapidamente à sequenciação dos
indivíduos, pelo que se projecta uma expansão ainda maior da bioinformática nas próximas
décadas. A bioinformática será indispensável à maioria dos profissionais de saúde clínica, pois
a raiz de muitas doenças está directamente relacionada com a forma como os nossos genes se
expressam e pelas interacções entre os sistemas biológicos que os envolvem. A compreensão
dessa problemática em tempo útil só é possível com a ajuda da bioinformática, que auxiliará
decisivamente os profissionais de saúde no diagnóstico e na terapêutica de muitas doenças
complexas, como é o caso do cancro.
Na era pós‐genómica o grande desafio encontra‐se na interpretação e na extracção de
conhecimento dos dados biológicos. A bioinformática terá de se "democratrizar" e de vencer o
desafio da integração. É uma tarefa muito complexa e previsivelmente demorada, que
envolverá uma quantidade muito significativa de investigadores e de investimento científico,
mas indispensável na caminhada da evolução humana.