Distribuição espacial dos bivalves de água doce nas bacias hidrográficas dos rios Tâmega, Tua e Sabor (bacia do Rio Douro)
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Este trabalho teve por objectivo fazer um levantamento dos bivalves de água doce das bacias dos rios Tâmega, Tua e Sabor e encorajar a conservação das espécies autóctones e dos ecossistemas onde ocorrem. De referir que estas populações nativas são muito sensíveis a modificações súbitas e bruscas do habitat como secas, construção de barragens com consequentes descargas tóxicas, sobre-exploração dos recursos hídricos, desaparecimento dos hospedeiros das larvas e introdução de espécies exóticas invasoras, sendo incapazes de recuperarem por si só. Foram registadas quatro espécies de bivalves nativas mais concretamente a Margaritifera margaritifera, o Unio delphinus (anteriormente designado por Unio cf. pictorum), a Anodonta anatina e a Potomida littoralis e uma espécie exótica da família Corbiculidae (Corbicula fluminea). Das cinco espécies encontradas a M. Margaritifera é a única que ocorre nos troços superiores dos cursos de água e apenas está presente no rio Tua (rios Tuela e Rabaçal). Esta é uma espécie muito ameaçada a nível mundial e nacional, estando incluída nos Anexos II e V da Directiva Habitats, no Anexo III da Convenção de Berna e está classificada como “Em Perigo” pelo Livro Vermelho da IUCN. As restantes espécies localizam-se exclusivamente nos sectores médios e inferiores dos três rios estudados. Das espécies nativas presentes nestes sectore, apenas a Potomida littoralis é pouco frequente e abundante, aparentando estar em regressão. Quanto à Anodonta anatina e ao Unio delphinus a sua distribuição é generalizada e localmente abundante. Relativamente à Corbicula fluminea, espécie introduzida de capacidade invasiva, esta encontra-se espalhada pelos vários sectores médio e inferiores. Esta espécie devido à sua plasticidade ecológica e capacidade reprodutiva poderá exercer efeitos negativos para a conservação das espécies autóctones de bivalves de água doce e para outros elementos do ecossistema afectado. Visto que são já visíveis alguns sinais de regressão das espécies autóctones, tais como a diminuto recrutamento ou falta dele, a sua conservação depende da manutenção/restauração das condições ambientais actuais dos rios onde ocorrem.