Adubação em olivais tradicionais: o caso do fósforo Conference Paper uri icon

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  • As rochas fosfatadas a partir das quais se preparam os fertilizantes fosfatados representam um recurso finito. Se exploradas aos níveis atuais, o seu esgotamento ocorrerá ainda durante o século XXI. Em Portugal muitos solos apresentam níveis de fósforo muito baixos (quando determinados pelo método Egnér-Riehm, generalizado entre os laboratórios portugueses), o que induz os laboratórios a recomendar a aplicação do nutriente. Contudo, se analisadas as folhas das árvores instaladas nesses solos, as plantas exibem frequentemente um estado nutricional adequado. Por outro lado, a oliveira exporta pouco fósforo, sobretudo nos olivais tradicionais de sequeiro em que as produções são baixas. De forma a melhorar a eficiência de uso deste recurso é necessário conhecer a resposta das plantas à aplicação de fósforo. Foram instalados três ensaios com a cultivar Cobrançosa, dois em campo e um em vasos. Em campo usou-se um olival jovem de três anos e instalou-se uma nova plantação para o efeito. Nestes ensaios usaram-se dois tratamentos: com aplicação de fósforo ao solo e sem aplicação de fósforo. Na experiência em vasos usou-se um fatorial com solos de quatro proveniências e duas doses de fósforo. Os ensaios de campo foram instalados em 2013 e o ensaio em vasos em 2014. Até ao presente não foram detetadas diferenças significativas na performance das árvores, incluindo a produção de azeitona no ensaio de campo, devido à aplicação de fósforo. Contudo, os teores de fósforo nos tecidos (folhas, caules e raízes) são de uma maneira geral significativamente mais elevados nas modalidades fertilizadas. Nas raízes os teores de fósforo são particularmente elevados nas modalidades fertilizadas, parecendo ser um órgão com particular propensão para acumular fósforo. Os resultados indicam que podemos ser conservadores a aplicar fósforo em olival tradicional ajudando a atrasar a exaustão do recurso.

publication date

  • January 1, 2017