A adolescência e sexualidade a óptica do enfermeiro dos cuidados de saúde primários português
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Lidar com a adolescência e a “sexualidade”, faz parte das actividades que, embora não oficialmente
explicitadas, permeiam todas as acções e comportamentos do profissional de enfermagem dos cuidados de saúde
primários, enquanto exigência maior, para desempenhar o seu papel profissional. Os profissionais de enfermagem dos
cuidados de saúde primários que se propõem trabalhar com grupos de adolescentes nos Centros de Saúde, Escolas
ou Centros Comunitários, sabem que a questão que emerge com particular significado nas discussões é a sexualidade.
Objetivos: Identificar conhecimentos e informação, opiniões e atitudes dos enfermeiros dos CSP, face à
sexualidade dos adolescentes.
Metodologia: Desenvolvemos um estudo descritivo-transversal, com metodologia quantitativa, que faz a
abordagem da população em estudo, através de amostragem probabilística, apoiada na amostra aleatória simples.
Na recolha de dados foi usado um questionário, constituído por questões fechadas e semiabertas, questões escala
e cenário e uma escala de atitudes. Participaram no estudo 1735 enfermeiros, que exercem actividade em 226
Centros de Saúde das 18 Sub-regiões de Saúde do continente e das regiões autónomas Madeira e Açores. Os
dados foram colhidos entre 24 de Março a 25 de Junho de 2005.
Resultados: A idade média dos enfermeiros inquiridos é de 39 anos. Pela análise da mediana, (50%) têm
entre 22 e 37 anos e os outros (50%) idades entre 37 e 68 anos. Os enfermeiros que integram o estudo, estão
geograficamente assim distribuídos; (7,5%) exercem actividade nas regiões autónomas, 4,2% da Madeira e 3,3%
nos Açores; (92,5%) do continente, 46,3% vivem no interior e 46,2% no litoral, (54,1%) vive em meio urbano e
45,9% em meio rural. Dos inquiridos 67,3% considera que a sua escola não lhe proporcionou formação adequada
sobre sexualidade, esta não é independente da Sub-região de Saúde. A maioria dos enfermeiros (89,9%) lida
habitualmente com adolescentes, 88,5% não possui formação específica sobre sexualidade, esta formação difere
de umas para outras Sub-regiões de Saúde. A contracepção é para (95,0%) dos inquiridos, o assunto mais abordado,
(86,5%) sugerem os amigos como os confidentes dos jovens sobre sexualidade, (55,4%) consideram ser a família a
quem mais compete a educação sexual.
Conclusões: Os inquiridos sugerem uma preparação insuficiente na área da sexualidade, pelo que talvez fosse
positivo incentivar essa formação a nível escolar. Forneça-se aos jovens, uma adequada e fiável educação para a
saúde e serviços de saúde sexual e reprodutiva, acessíveis e de qualidade, garantindo-lhes o direito à privacidade,
sigilo e confidencialidade. Os jovens precisam de melhor informação e educação sexual, para poderem fazer as
suas próprias escolhas de maneira mais saudável. A educação afectivo-sexual é, um direito de crianças e jovens,
um dever da família, da escola, da sociedade e dos serviços de saúde, aqui particularmente dos enfermeiros dos
CSP.