Polimedicação em idosos institucionalizados em lares do norte de Portugal
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A polimedicação é uma problemática em crescimento, sobretudo na população idosa, fruto das doenças crónicas que obrigam ao uso simultâneo de vários medicamentos. Esta problemática tem vindo a agravar-se dado que a população mundial tende a envelhecer drasticamente nos próximos anos. Em 2050 prevê-se que o número de idosos represente 32% da população portuguesa. Caracterizar a terapêutica medicamentosa, a polimedicação e eventuais interações em idosos institucionalizados, bem como fatores associados à polimedicação. Métodos: Trata-se de um estudo transversal de base populacional, descritivo-correlacional. A amostra foi constituída por 155 idosos (≥65 anos) polimedicados (≥3 medicamentos) e institucionalizados em lares localizados no norte de Portugal (distritos do Porto, Vila Real e Viseu). Os dados foram obtidos por consulta dos ficheiros clínicos. Na análise da terapêutica recorreu-se à lista de Beers e à classificação de Delafuente para avaliar eventuais interações. O tratamento de dados foi realizado no programa SPSS (v. 21.0), tendo sido aplicada estatística descritiva e os testes de Kolmogorov-Smirnov e ANOVA, com nível de significância de 5%. Resultados: A amostra constituída maioritariamente por idosos do sexo feminino (69% vs. 31%), com idades compreendidas entre os 65 e 99 anos (média de 83,73), sendo que 34,2% tinham entre 85-89 anos. Em média, são administrados por dia 6,85 medicamentos diferentes, sendo os anti-hipertensores os mais prescritos (71,0%), seguidos das benzodiazepinas (57,4%), dos antiácidos/antiulcerosos (51,6%) e dos antidislipidémicos (47,7%). Segundo a lista de Beers, 0,6% dos idosos toma fármacos a ser sempre evitados e 10,3% toma fármacos raramente apropriados. Segundo Delafuente, encontraram-se 13 possíveis interações medicamentosas. Apenas a idade parece estar associada ao número de medicamentos administrados diariamente (p=0,017), sendo os idosos entre 80-84 anos os que consomem mais medicamentos (média 7,85). Conclusão: Verificou-se a existência do fenómeno da polimedicação registando-se uma média de quase 7 medicamentos diferentes por dia, sendo os anti-hipertensores os mais prescritos. Identificaram-se 13 possíveis interações medicamentosas e 10,3% dos idosos tomavam fármacos raramente apropriados. A idade parece estar associada à polimedicação.