Otimização do processo industrial de compostagem de bagaço de azeitona no nordeste de Portugal
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Portugal produz cerca de 100 mil toneladas de azeite, 5% da produção mundial. Durante o processo produtivo geram-se mais de 547 mil toneladas de bagaço de azeitona (BA). Atualmente, o BA não tem valor económico, tendo os lagares que assumir o custo de transporte até as extratoras do azeite, pelo que urge procurar alternativas mais sustentáveis. O BA contém elevado teor em C orgânico (lignina), tornando-o ideal para a elaboração de compostos de alta qualidade. No entanto é um material pastoso, com elevado teor em água e fitotóxico quando não devidamente gerido. Neste trabalho, apresentam-se resultados dum ensaio experimental de compostagem a escala industrial (pilhas de 26m3) durante 180 dias, usando como matéria-prima principal o BA, além de outras matérias-primas e um “agente estruturante” (AE). O ensaio permitiu testar o efeito da mistura das matérias-primas (assegurando C/N>40), doses de AE e arejamento manual. Foram realizadas 7 amostragens para determinar humidade, densidade, granulometria, teor em cinzas, pH, CE, C total e N total, para além das relações atómicas por análises elemental e a espectroscopia de infravermelhos FTIR. Os resultados preliminares mostram que a fase termófila foi atingida nos primeiros 10 dias, mantendo-se 8 semanas até a fase de maturação. Perdas de peso de até 30% nos primeiros 30 dias, e razões C/N na ordem de 25 em 60 dias. Aos 120 dias, o composto tinha uma cor escura, “bom cheiro”, C/N<20 e baixa fitotoxicidade. Observou-se uma rápida perda de grupos alifáticos, aumento de compostos azotados e condensação de cadeias de C, o que demostrou que os ácidos gordos, os polifenóis e as ligninas são degradados na fase inicial da compostagem. Ao reduzir o tempo da compostagem (de 9 a 4 meses), é possível abaratar os custos da compostagem convencional de BA e contribuir para a sustentabilidade da agricultura regional.