Papel da educação para a promoção do suporte social e nível de satisfação com a vida Conference Paper uri icon

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  • Dada a evolução demográfica atual, que é de conhecimento geral, a chamada sociedade do envelhecimento encontra-se perante um desafio com várias dimensões, nomeadamente: o declino relativo da população em idade ativa; a pressão sobre os sistemas de pensões e das finanças públicas, a crescente necessidade de cuidar e amparar as pessoas idosas, a diversidade crescente da população idosa em termos de recursos e necessidades. Contudo estes desafios pressupõem uma perceção limitadora e redutora do ser humano, sob uma perspetiva economicista, em que os idosos surgem como um problema social, como um fator de desequilíbrio social, uma vez que a terceira idade é vista como uma fase improdutiva, passiva e dispendiosa. Por outro lado, na maioria das sociedades ocidentais contemporâneas, não se encontra um desenvolvimento das estruturas e dos mecanismos sociais que permitam ao idoso participar ativamente no seu desenvolvimento e na comunidade. Em resultado, julgamos que existem causas significativas para o desenvolvimento da exclusão social dos idosos, que necessariamente devem ser combatidas. Tendo como preocupação última o contributo académico que permita trabalhar no sentido de promover uma qualidade de vida satisfatória, consideramos fundamental encontrar mecanismos que fomentem continuamente a inclusão social do idoso. Esta comunicação tem como objetivo discutir o contributo da intervenção educativa promotora da inclusão social dos idosos. O foco está centrado na rede de relações sociais do idoso, nas relações intergeracionais, no bem-estar e no envelhecimento ativo. Pretende-se refletir numa intervenção educativa que perspetive o idoso como um ator social com capacidade de desenvolvimento pessoal e coletivo. Os conteúdos principais do estudo são: uma reflexão teórica enquadradora do tema em estudo; dados preliminares de um estudo com idosos a viver na comunidade de um concelho do Norte de Portugal, centrados na rede de suporte social, no nível de bem-estar e no diagnóstico de interesses, motivações e competências pessoais; uma abordagem ao tipo de intervenção educativa adequada. A metodologia escolhida inclui: uma revisão da literatura científica sobre o tema do estudo: a aplicação de uma escala para aferir a rede de apoio social do idoso (Mapa Mínimo de Relações do Idoso); uma escala para avaliar o nível de bem-estar subjetivo (Escala de Satisfação com a Vida) e uma entrevista para diagnosticar os interesses, motivações e competências pessoais dos idosos. O universo de estudo são as pessoas com mais de 65 anos de duas freguesias urbanas da cidade de Chaves num total de 2672 idosos (INE, Censos 2011). A dimensão da amostra será de 60 indivíduos, tratando-se por isso de um estudo exploratório. Esta abordagem, que inclui técnicas quantitativas e qualitativas, possibilita a triangulação metodológica, permitindo um diagnóstico mais preciso da situação dos idosos. Com esta abordagem teremos a possibilidade de otimizar as estratégias de intervenção educativa de modo a atuar de forma integrada. Consideramos que qualquer que seja a intervenção realizada ela deve estar vinculada aos interesses dos visados e estes deve estar envolvidos no processo de planificação e implementação não como meros recetores, mas como atores e interventores do processo. A intervenção educativa tem de ser centrada na pessoa e nas suas caraterísticas pessoais. O envelhecimento ativo deve ser imanência natural de um processo de construção de uma vida ativa. A intervenção educativa para a inclusão do idoso, não deve estar apenas centrada no idoso enquanto grupo social, pelo contrário, devem ser pensados espaços educativos promotores da imagem positiva do idoso que evitem formas de descriminação e estigmatização social.

publication date

  • January 1, 2013