Autorrealização na doença crónica Conference Paper uri icon

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  • A busca de realização pessoal perspetiva a promoção de bem-estar, de enfrentamento e de adaptação, fundamental para as pessoas com doença crónica. Este estudo realiza-se dentro deste novo paradigma para a saúde na doença, numa perspetiva de reconhecimento e compreensão das limitações pelo IRC em hemodiálise implicando uma atitude positiva, característica central do funcionamento psicológico positivo. O hemodialisado deve aprender a lidar com a nova situação, aceitando-a, não se esquecendo do seu estado de saúde mas também não se desvalorizando. Propusemo-nos analisar a auto-atualização, mais comummente conhecida por auto-realização, como variável positiva e o seu impacto ao nível da aceitação psicológica da doença, em doentes em tratamento de hemodiálise crónica, ou seja, verificar a influência positiva da auto-atualização na aceitação da doença crónica. Estudo exploratório numa amostra populacional de 210 doentes em tratamento de hemodiálise, distribuídos por Centros de Diálise do Norte e Centro de Portugal. Os questionários foram aplicados a doentes hemodialisados adultos, com escolaridade mínima 1º ciclo, sem patologia mental diagnosticada. Utilizamos escalas que proporcionam completa exploração das dimensões em causa: - “Escala de Auto-Atualização” (Guerra, 1992) e “ AIS: Acceptance of illness scale” (Felton, 1984). Na análise estatística avaliou-se o comportamento da amostra relativamente a cada escala e a relação entre a auto-atualização e aceitação da doença (Pearson e RLM).Avaliamos a fiabilidade dos dois instrumentos e os resultados obtidos para o α de Cronbach são superiores a 0,7 o que indica uma boa consistência interna das escalas (Auto-actualização: .839; AIS: .794). Nas estatísticas descritivas obtidas na amostra verificamos que os valores mínimo e máximo observados (O) estão dentro do intervalo esperado (E) para cada escala (AIS- E:8 a 40; O:10 a 30 e Auto-actualização: E:33 a 165 O:55 a 146). Os hemodialisados apresentaram, em média, níveis de auto-actualização (93,51) e aceitação da doença (22,76) moderados. Os resultados obtidos indicam que existem valores significantes (p <0,05) e uma correlação positiva (r=0,306) o que nos permite inferir que quanto maior for a auto-actualização maior será a aceitação da doença e vice-versa. Ajustaram-se os dados obtidos a um modelo de RLM observando-se que a auto-actualização consegue explicar moderadamente a variação da aceitação da doença. 54,2% das variações na aceitação da doença são explicadas pelas variações da auto-actualização. Os significados atribuídos pelo indivíduo ao estado de doença são condicionados pelas emoções, vivenciando um processo de experiência subjetiva de sofrimento com diversas respostas adaptativas. A forma como as pessoas lidam com o sofrimento e seus benefícios pode trazer possibilidades de ajustamento e crescimento pessoal frente à adversidade. O indivíduo que busca a sua realização desenvolve as suas potencialidades e terá maior capacidade para aceitar as limitações que a doença condiciona¹²34. É importante identificar fatores emocionais que afetam os doentes crónicos e como conseguem, ou não, lidar de forma positiva com os problemas decorrentes da doença e seus tratamentos

publication date

  • January 1, 2014