Avaliação do perfil morfológico de esporos de Nosema spp. presentes em colónias de Apis mellifera L. localizadas na região centro de Portugal
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O género Nosema inclui várias espécies que são patogénicas para muitos insetos,
designadamente alguns pertencentes às ordens Lepidóptera ou Himenóptera. A Apis
mellifera L. não é neste último domínio exceção, podendo nas suas colónias serem
infetadas as obreiras, os zângãos ou as rainhas. A nosemose é uma das principais
doenças que afeta o efetivo apícola português, pertencendo à lista das doenças
doenças de declaração obrigatória (D.D.O.) a nível nacional. Embora os esporos das
duas espécies causadoras desta doença em abelhas melíferas (N apis e N ceranae)
sejam algumas vezes apresentados como suficientemente distintos (apresentando
características específicas, entre outras, ao nível do tamanho e forma), são escassos
os estudos dirigidos à sua avaliação morfobiométrica. Neste contexto, entendeu-
se relevante a avaliação do perfil morfológico dos esporos do género Nosema,
encontrados em colónias de abelhas melíferas em apiários localizados na área de
influência da Associação de Apicultores da Região de Leiria (AARL), nomeadamentes
nos distritos de Guarda, Santarém, Viseu, Leiria e Évora. A amostragem incidiu
sobre um total de 96 amostras que foram analisadas de acordo com a metodologia praticada no Laboratório de Patologia Apícola da Escola Superior Agrária de Bragança
(microscopia ótica de campo claro, com quantificação de esporos em câmara
de Neubauer). Das amostras estudadas, 68 revelaram-se positivas para o género
Nosema. Nestes casos, estudou-se o perfil morfológico (comprimento e largura)
dos esporos (utilizando o software VisiCam Image Analyser 7). Para este efeito foram
fotografados cinco esporos de cada amostra, os quais serviram de suporte às
medições efetuadas. A informação recolhida nas diferentes variáveis estudadas foi
sujeita a análise de variância (ANOVA), no sentido de investigar a possível existência
de médias significativamente diferentes (P<0.05) que pudessem ser atribuídas ao
ano ou distrito de amostragem. Como principal conclusão, os esporos de Nosema
spp. encontrados nas colónias de abelhas melíferas portuguesas (A m iberiensis)
estudadas revelaram-se morfometricamente uniformes (quer em cumprimento quer
em largura), sem apresentarem diferenças consideráveis que possam ser associadas
a diferentes anos de amostragem ou à localização geográfica das colónias infetadas
ao nível do distrito. Esta situação aparenta corroborar resultados moleculares
anteriormente obtidos pelo grupo de investigação, onde se demonstrou a presença
exclusiva de Nosema ceranae na parte continental de Portugal.