Cuidados de Enfermagem na Prevenção da Infeção do Local Cirúrgico
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A infeção do local cirúrgico (ILC) consiste numa infeção que surge no local cirúrgico ou próximo da incisão cirúrgica durante os primeiros 30 dias ou durante um ano caso tenha sido aplicada prótese. Esta constitui-se como uma das infeções nosocomiais mais frequentes. No sentido de reduzir estas elevadas taxas de infeção foi implementada em Portugal, pela Direção Geral de Saúde (DGS), a norma clínica: 020/2015 de 15/12/2015, atualizada a 17/11/2022, consubstanciando diversas medidas de prevenção, nomeadamente “feixes de intervenções” que devem ser aplicadas de forma integrada para terem sucesso. No entanto, apesar das medidas protocoladas, a incidência de ILC, na atualidade, constituem uma problemática associadas aos cuidados de saúde, com repercussões a nível da morbilidade, mortalidade e custos hospitalares. Com o presente trabalho pretendeu-se analisar as evidências disponíveis na literatura sobre a temática em causa, objetivar os principais fatores de risco para o desenvolvimento das ILC e descrever as medidas preventivas e as intervenções prestadas pelos enfermeiros em doentes cirúrgicos na fase pré-operatória, intra- operatória e pós-operatória, que concorrem para essa prevenção. Os fatores de risco podem estar relacionados ao doente, como também podem estar associados com os cuidados prestados pelos profissionais de saúde. Diante dessa realidade, a equipa de enfermagem, no seio da equipa multidisciplinar, assume um papel de destaque no processo de cuidado visando a redução na incidência de ILC, por meio das ações que executa, que incluem: na fase pré-operatória (antibioterapia profilática, banho com clorexidina e tricotomia, entre outras intervenções); na fase intra- operatória (realizar antissépsia da pele do doente imediatamente antes da incisão, classificação cirúrgica como potencialmente contaminada, tempo cirúrgico e replicação do antibiótico); na fase pós-operatória (assegurar a homeostasia intra-operatória do doente; monitorização de temperatura, glicemia e saturação de O2, execução do penso cirúrgico, ensinos ao doente aquando da alta hospitalar).
A pneumonia associada à ventilação mecânica invasiva (PAVMI) define-se como uma pneumonia que ocorre 48-72 horas após a entubação endotraqueal ou traqueostomia, caracterizando-se pela presença de infiltrados progressivos, sinais e sintomas de infeção sistémica (febre, elevação dos leucócitos), alterações nas características da expetoração e o isolamento de um agente infecioso, em que a sua ocorrência resulta de uma complexa interação entre a presença do tubo endotraqueal, fatores de risco do doente, o seu estado imune e a patogenicidade do microrganismo invasor. Em decorrência do grande impacto que a PAVMI traz no aumento dos custos com os cuidados de saúde, prolongamento do tempo de internamento, além das repercussões perniciosas para os doentes, foi emanada pela Direção Geral de Saúde (DGS) a Norma no 021/2015, atualizada a 30/05/2017, consubstanciando um conjunto de intervenções para a prevenção da PAVMI baseadas em evidências científicas. O diagnóstico da PAVMI assenta na associação de critérios clínicos, radiológicos e microbiológicos, e os fatores de risco para o desenvolvimento de PAVMI podem ser agrupados em duas categorias: não modificáveis (antecedentes pessoais, história clínica, score de gravidade aquando da admissão no serviço medicina intensiva [SMI], entre outros); modificáveis (tempo de permanência de suporte ventilatório, lavagem das mãos inadequada; más práticas de cuidados, entre outras). Dentre a equipe multidisciplinar, os profissionais de enfermagem desempenham um papel de realce, resultante do fato das ações que executam serem fulcrais no cumprimento das intervenções estabelecidas no bundle de prevenção da PAVMI, principalmente no que concerne à manutenção da cabeceira do leito em angulo igual ou superior a 30°, manutenção da pressão do balão do tubo endotraqueal (TET) e realização da higiene oral, evidenciando-se, assim, que a qualidade dos cuidados de enfermagem ao doente ventilado podem reduzir a incidência de complicações e é relevante para a prevenção da ocorrência da PAVMI.
Os estereótipos visam representar de forma simples as realidades complexas, decorrente de um processo de categorização, podendo representar atributos e/ou traços de personalidade acerca de um determinado grupo de pessoas, compartilhados socialmente por um número elevado de pessoas, veiculados frequentemente ao nível dos meios de comunicação social. Na vasta literatura científica, estudos no âmbito da gerontologia, tendo com objeto de estudo, o envelhecimento, a velhice e a pessoa idosa, efetuados em distintos contextos, apontam para uma alteração da sua imagem ao longo dos tempos. Nalguns estudos os mesmos foram percecionados como dependentes, doentes, socialmente isolados, improdutivos, entre outros. Fortemente enviesados, os estereótipos que se generalizam negam a heterogeneidade própria do processo de envelhecimento, considerando-os como semelhantes. Os estereótipos negativos podem repercutir-se de forma negativa, quer para a população idosa, quer para os cuidadores dos mesmos, na medida em que pode interferir de forma significativa no ato de cuidar. Os profissionais de saúde, onde se incluem os enfermeiros, são um dos grupos que apresentam alguns desses estereótipos. Uma das explicações para a presença dos mesmos diz respeito à hipótese de contacto, no qual se considera que a sua presença decorre do facto de que os enfermeiros lidam essencialmente com pessoas idosas que se encontram frequentemente em situação de doença e dependência. Diariamente as pessoas idosas provam que os estereótipos não passam de generalizações incorretas. A desmistificação das conceções erróneas e injustificadas que existem no âmbito dos objetos de estudo da gerontologia contribuirá seguramente para um cuidar sem estereotipar, em prol da qualidade dos cuidados.