Morfologia e composição nutricional do pinhão na Terra Quente Transmontana: Comparação com outras origens
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Agradecimento ao projeto GO_FTA Florestação de terras Agrícolas com mais valor, financiado pelo FEADER e Estado Português, no âmbito da Ação 1.1 “Grupos Operacionais” integrado na Medida 1. Inovação do PDR 2020. Os autores
agradecem a disponibilidade e a cooperação do proprietário da plantação de pinheiro manso (Prof. Dr. Sobrinho Teixeira) para a realização deste estudo.
Financiado pelo Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER) e pelo Estado Português no âmbito da Ação
1.1 «Grupos Operacionais», integrada na Medida 1. «Inovação» do PDR2020- Programa de Desenvolvimento Rural do Continente
O pinhão mediterrâneo, semente do pinheiro manso (Pinus pinea L.), é um dos frutos de casca rija mais
valorizados no mundo. Em Portugal as áreas arborizadas com esta espécie sofreram um aumento de 12 % entre
os Inventários IFN5 e IFN6, potenciado pelo elevado valor de mercado do pinhão. Apesar da produção de pinhão
se concentrar maioritariamente a Sul do Tejo ela estende-se a todo o país. Embora seja uma espécie adaptada
a climas mediterrânicos, recomendada pela carta ecológica de Pina Manique e Albuquerque para a Terra
Quente Transmontana (TQT), somente nas últimas décadas se instalaram na região povoamentos com alguma
escala que resultaram, em parte, dos vários Quadros Comunitários de Apoio. Atualmente, a área ocupada por
esta espécie na TQT é superior a 150 ha. Os povoamentos foram instalados bastante densos com o objetivo
lenho/pinhão, sem recurso a enxertia. Muitos destes povoamentos estão a ser reconvertidos para a produção
de pinha após 20 anos, encontrando-se na fase de arranque da produção. Por este facto, é fundamental avaliar
a qualidade do pinhão produzido na região uma vez que os estudos existentes nesta matéria não englobam
esta origem. O objetivo deste trabalho consiste em avaliar as características morfométricas do pinhão branco
produzido na safra 2019/20 na TQT e a sua caracterização química e compará-lo com outras origens. As pinhas
foram colhidas numa área de 40 ha de pinheiro manso com cerca de 25 anos, localizado no território entre
Suçães e Lilela (limite dos Concelhos Mirandela/Valpaços), no inverno 2019/20, no âmbito do projeto PDR2020
GO_FTA+siv. Foi aplicada uma amostragem aleatória na totalidade do povoamento tendo sido selecionadas 20
parcelas de 500m² e recolhidas 4 pinhas/árvore para análise laboratorial. As pinhas foram secas em estufa
a 40ºC para retirar os pinhões. Em média foram necessárias cerca de 3,6 pinhas para obter 1 kg de pinha. O
rendimento em miolo de pinhão foi de 2,1%. Os pinhões foram quebrados manualmente, pinha a pinha, para
obtenção do miolo. Dos pinhões obtidos retiraram-se 3 amostras compósitas aleatórias para análise físicoquímica.
Ao avaliar os parâmetros de cor pelo Sistema CIELab obtiveram-se valores médios de luminosidade
(L*) iguais a 72,4±2,9; do parâmetro a* de 2,3±0,3; e do parâmetro b* de 20,9±0,4, mostrando a predominância
da cor amarela. Relativamente ao croma ou intensidade de cor (C*) e à tonalidade (h), os valores médios
obtidos foram de 21,0±0,4 e 83,8±0,8, respetivamente. A análise centesimal dos pinhões mostrou a seguinte
composição: água 4,1±0,4%, cinzas 5,05±0,03% e gordura 51,1±0,2%, tendo sido estimado um valor de proteína
+ hidratos de carbono de aproximadamente 39,8%, correspondendo a um valor energético de 619 kcal/100 g.
Os ácidos oleico (C18:1n9c) e linoleico (C18:2n6c) foram os ácidos gordos insaturados maioritários (35,6±0,2 e
50,6±0,3%, respetivamente), representando mais de 85% dos ácidos gordos totais. De entre os ácidos gordos
saturados, destacou-se o ácido palmítico (C16:0) (6,5±0,2%). De entre os minerais, o potássio e o magnésio
foram os maioritários (1110±32 e 514±23 mg/100 g parte edível). O manganês, ferro, cálcio, zinco e cobre também
foram detetados em quantidades significativas. Estes resultados são semelhantes a valores publicados para
sementes do Pinus pinea colhidas em outras zonas de Portugal e no estrangeiro.
O pinhão mediterrâneo, semente do pinheiro manso (Pinus pinea L.), é um dos frutos de casca rija mais valorizados no mundo. Em Portugal as áreas arborizadas com esta espécie sofreram um aumento de 12% entre os Inventários IFN5 e IFN6, potenciado pelo elevado valor de mercado do pinhão. Apesar da produção de pinhão se concentrar maioritariamente a Sul do Tejo, ela estende-se a todo o país. Embora seja uma espécie adaptada a climas mediterrânicos, recomendada pela carta ecológica de Pina Manique e Albuquerque para a Terra Quente Transmontana (TQT), somente nas últimas décadas se instalaram na região povoamentos com alguma escala que resultaram, em parte, dos vários Quadros Comunitários de Apoio. Atualmente, a área ocupada por esta espécie na TQT é superior a 150 ha. Os povoamentos foram instalados bastante densos com o objetivo lenho/pinhão, sem recurso a enxertia. Muitos destes povoamentos estão a ser reconvertidos para a produção de pinha após 20 anos, encontrando-se na fase de arranque da produção. Por este facto, é fundamental avaliar a qualidade do pinhão produzido na região uma vez que os estudos existentes nesta matéria não englobam esta origem.
Projeto PDR2020-101-031671 - GO_FTA “Florestação de Terras Agrícolas com + valor”, financiado pelo FEADER e pelo Estado Português, no
âmbito da Ação 1.1 “Grupos Operacionais” integrado na Medida 1. «Inovação» do PDR2020- Programa de Desenvolvimento Rural.