Produção de biomassa de quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) em resposta a doses de azoto e regimes de rega.
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A quinoa é uma planta oriunda da Cordilheira dos Andes que tem
vindo a ganhar importância crescente em Portugal e no mundo, quer através
da sua utilização na alimentação humana quer através da sua incorporação na
ração de animais. A quinoa é uma planta em que folhas, inflorescências e
grão são fontes de proteína de boa qualidade, rica em aminoácidos
sulfurados e lisina, ao contrário das proteínas dos cereais, que são deficientes
nestes aminoácidos. A planta é considerada resistente a pragas e doenças,
tendo capacidade para se desenvolver em condições adversas, incluindo solos
pobres em nutrientes, locais em que os cereais vegetam mal. Por estes
motivos, trata-se de uma cultura alternativa de relevância economia em
várias partes do globo, incluindo Portugal.
Neste trabalho avaliou-se o estado nutricional e a produção de biomassa de
quinoa em resposta a diferentes doses de azoto e regimes de rega. Para o
efeito, utilizou-se um delineamento experimental com quatro níveis de azoto
(0, 67, 133 e 200 kg/ha-1) e três regimes de rega: sequeiro (RO); regadio, com
dotação correspondente a 50% das necessidades de rega (RI); e 100% das
necessidades de rega (R2). O estado nutricional azotado foi avaliado usando
um medidor de dorofila portátil, SPAD-502 Plus, e através da determinação
laboratorial do conteúdo em azoto das folhas.
As plantas em melhor estado hídrico, associadas à rega R2, registaram os
valores SPAD mais elevados e significativamente diferentes dos do regime de
rega RI. As doses crescentes de azoto afetaram significativamente os valores
das leituras que aumentaram de forma linear. O valor médio mais elevado foi
de 56,9 na modalidade N3 e o mais baixo foi de 50, registado em NO.
Os resultados mostraram ainda que a fertilizaçâo azotada afetou
significativamente o teor de azoto nas folhas, tendo-se observado a maior
concentração em N3 (25,8 g kg-1), valor que diferiu significativamente dos teores nas folhas dos tratamentos NO e N1 (18, 2 g kg-1 e 20,3 g kg-1,
respetivamente).
Nas condições deste ensaio não foi possível a obtenção de semente. O ciclo
vegetativo da variedade estudada é demasiado longo para a região de
Bragança, não tendo as plantas completado o ciclo. A rega afetou
significativamente a produção de biomassa. A maior produção verificou-se
em R2 (19, 51 Mg ha-1), sem diferenças significativas para RI (17, 12 Mg ha-1),
e ambos os regimes com produção significativamente superior a RO (4,3 Mg
ha-1). A fertilizaçâo azotada afetou significativamente a biomassa produzida
sendo que foi em N2 que se registou o valor médio mais elevado (16, 75 Mg
ha-1) e em NO o menor (7,34 Mg ha-1). Em conclusão, pode dizer-se que a
produção de biomassa foi significativamente influenciada pêlos diferentes
regimes de rega e doses de azoto, tendo-se verificado o maior valor de
produção com o regime de rega R2 e uma dose de N estimada de 139 kg ha-1.