Este estudio describe las características de los huertos familiares en una zona rural protegida del nordeste de Portugal, el Parque Natural de
Montesinho, Enfoca los roles fundamentales en la cultura local, recopilados con la ayuda de metodologías etnográficas durante tres años (2002 a 2005).
Las relaciones de género y el modo como afectan el uso de los recursos y la gestión de los huertos también se discute: los antiguos huertos familiares eran
dominios femeninos administrados de acuerdo a los valores y los ideales de las mujeres. Por lo tanto, el conocimiento, las prácticas y los propósitos de las
mujeres son reportados.
Su manejo ha favorecido la manutención de los conocimientos y cultura local, de las técnicas y prácticas, de las variedades, a lo largo del tiempo. Sin embargo,
la compleja estructura y los roles de estos espacios no han sido muy considerados en los programas de investigación y desarrollo rural, quizás porque las
mujeres, las principales titulares de los conocimientos y maestrías, han sido a menudo marginadas.
Los cambios en las sociedades rurales y la modernización del cotidiano han afectado la pertinencia de los huertos, sus funciones y gestión y han influido
en el comportamiento de los diferentes actores, en la transmisión de conocimientos y la prevalencia de los huertos tradicionales. Nuevas oportunidades
(i.e. agroturismo, productos orgánicos y de denominación de origen) pueden revertir esa situación en el medio plazo. En este caso, la transmisión de
conocimientos y prácticas será vital para recuperar algunas de las funciones de los huertos.
Este estudo descreve as características dos homegardens duma zona rural do Nordeste Transmontano, Portugal, incluída no território da área
protegida do Parque Natural de Montesinho. Aborda os vários papéis fundamentais desempenhados por estes espaços na cultura local, recorrendo a informação
compilada através de metodologias etnográficas durante três anos (2002- 2005).
Também se analisam as relações de género e o modo como afetam o uso dos recursos e a gestão destes espaços: os antigos homegardens eram domínios
femininos administrados segundo os valores e ideais das mulheres. Assim, os conhecimentos, as práticas e os objetivos das mulheres são registados e discutidos
ao longo do texto.
Por outro lado, a gestão e maneio dos homegardens favoreceram a manutenção dos saberes e práticas inerentes à cultura local, bem como das técnicas
agrícolas e variedades antigas. No entanto, a complexa estrutura e as funções destes espaços não foram tidas em conta pelos programas de investigação e
desenvolvimento rural. A razão pode estar no facto das mulheres, detentoras dos saberes e modos de fazer, terem sido sempre marginalizadas.
As mudanças ocorridas nas sociedades rurais e a globalização afetaram a sua relevância e influenciaram o comportamento dos diferentes atores, a transmissão
de conhecimento e a prevalência dos homegardens. As recentes oportunidades e alternativas previstas para as zonas rurais (i.e. agroturismo, produtos
biológicos e de denominação de origem) podem reverter esta situação a médio prazo. Nesse caso, para recuperar algumas das funções dos homegardens será
vital recorrer aos conhecimentos tradicionais
The author is grateful for all the kindness and hospitality
of participants and their families during fieldwork. She also
thanks Ramón Morales (Real Jardín Botánico, Madrid) and
Manuel Pardo de Santayana (Universidad Autónoma de Madrid)
for their collaboration and advice during the study period.
This study describes general homegardens former features and primary functions in a protected rural area of the North-eastern Portugal, the Natural Park of Montesinho, and focuses on fundamental socio-cultural roles intertwined with economic and ecological purposes registered during a three year period, from 2002 to 2005, using ethnographic methodologies. The gendered nature of local homegardens is also discussed: former homegardens used to be female domains managed according to female values and ideals. Thus, gendered knowledge and women’s intentions and practices are reported throughoutthe text.Homegarden practices have maintained for a long time traditional knowledge, local culture and techniques and plant varieties. The complex structure and
intertwined roles of Montesinho homegardens have been neglected by research and rural development professionals, perhaps because women, who were the primary experts and knowledge holders, were often marginalised. Changes in rural societies and the modernisation of lifestyles have affected homegardens’ relevance, roles and management and have influenced gardeners’ behaviour, the persistence and transmission of traditional knowledge and homegardens prevalence as important garden sites. However, some participants considered that with new economic opportunities such as agritourism and organic produce, and the limited alternatives in ruralareas, that situation could reverse in the medium term. In this instance, transmission of homegardening knowledge and practice would be vital.