Do Estado (não) educador aos agentes educativos gestores de emoções
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A atual ideologia educativa, parece organizar-se mais em torno da noção de
disciplinas com conteúdos a transmitir, do que na noção de professor que partilha saberes,
aprendidos, refletidos e construídos nas experiências. Assim, expõe-se um exercício de
desocultação da construção da identidade do professor e da organização do seu campo de
trabalho, cuja pertinência se assume aqui, expressa através dos Objetivos, colocados como
questões: Como se define atualmente – na perceção dos professores - a política educativa?
Que novas competências se tornam necessárias? Porque é sentido como pertinente a
necessidade de gestão de emoções? Como está a ser construída esta Competência, e em
que situações é aplicável?
Para dar resposta às questões formuladas, estruturou-se um estudo de caráter qualitativo,
com base de referência na “grounded theory”, partindo da análise de conteúdo aos
dispositivos discursivos de uma amostra intencional de 18 professores do ensino básico e
secundário do Norte de Portugal. Desta análise, emergiu uma árvore categorial com três
gerações de categorias relativas ao campo de trabalho: A primeira situa-se na “Gestão de
Emoções” e gera as subcategorias: “Gestão de Emoções” e “Gestão de Emoções em
Grupos”; a 2ª categoria, é relativa às “Turbulências” de contexto, e gera 3 subcategorias:
“Uma Caldeira chamada Escola”, “Uma Identidade”, e “De casa às Costas”; a terceira insere
as “Desmotivações”, e gera as subcategorias: “Ninguém é Perfeito”, “O Ministério e
Sindicatos”, e “A Situação é Confusa”.
Em conclusão, surgiu uma teoria fundamentada nos resultados, acerca da expressão da
Gestão Emocional destes professores, nas problemáticas e constrangimentos, por eles
identificados, no seu campo de ação, em cuja lógica argumentativa, o Ministério da
Educação e a Gestão Escolar são percecionados como figuras de descrédito, aos quais, a sua
lógica conceptual educativa, não reconhece como exemplo de Estado Educador, nem por
isso, lhes prestam tributo.