Resposta da quinoa (Chenopodium quinoa Willd.) a diferentes regimes hídricos e níveis de fertilização azotada nas condições agroecológica de Trás-os-Montes
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A quinoa é considerada como uma cultura resistente a vários fatores
bióticos e abióticos limitantes para produção agrícola, incluindo a seca, geada
e salinidade. Sendo uma cultura de origem tropical, o cultivo em regiões de
clima temperado e em particular de clima mediterrânico deve ser avaliado
em diferentes condições agroecológicas.
Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do regime hídrico e da
fertilizaçao azotada no crescimento e desenvolvimento da quinoa em
Bragança, nordeste de Portugal. Para o efeito, a cultura foi instalada numa
parcela da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança
(latitude: 41° 47' 52" N; longitude: 6° 45' 58" W e altitude: 693m) num
delineamento experimental com quatro níveis de azoto (0, 67, 133 e 200
kg/ha1) e três regimes hídricos: sequeiro (RO); regadio, com dotação
correspondente a 50% das necessidades de rega (RI); e 100% das
necessidades de rega (R2).
Durante a estação de crescimento avaliou-se o estado hídrico do solo e da
planta nos diferentes regimes hídricos. Determinou-se o tempo térmico para
as diferentes fases de desenvolvimento, e o índice de área foliar, através da
medição da radiação intercetada pelo coberto.
A ocorrência de temperaturas elevadas e dias longos (fotoperíodo) durante a
condução do ensaio influenciaram o desenvolvimento da cultura com
paragem desenvolvimento na fase de floração. O regime hídrico influenciou
significativamente o estado hídrico das plantas. No tratamento sem rega,
durante a floração, as plantas apresentavam uma condição de stresse hídrico
muito severo com valores de potencial hídrico foliar de -2,3 MPa. Nos tratamentos com rega deficitária (50% ETc), mantiveram-se com valores de
potencial hídrico próximos de -1,7 MPa revelando uma condição de stresse
hídrico menos severo que as plantas não regadas. Os resultados do balanço
hídrico mostraram que para o cenário sem rega o teor de água no solo esteve
abaixo do limiar de rendibilidade ótima desde o 11° dia após a sementeira.
Nas parcelas irrigadas com 50% da ETc, o teor de água no solo manteve-se
acima do limiar de rendibilidade ótima até aos 40 dias após a sementeira. Nas
parcelas irrigadas com 100% ETc o teor de água no solo manteve-se acima do
limiar durante o ciclo da cultura.
O regime hídrico influenciou deforma significativa a produção de biomassa. A
maior produção verifícou-se em R2 (19, 51 Mg ha'), sem diferenças
significativas para RI (17, 12 Mg hal), e ambos os regimes com produção
significativamente superior a RO (4,3 Mg hal). A fertilização azotada afetou
significativamente a biomassa produzida sendo que foi em N2 que se registou
o valor médio mais elevado (16, 75 Mg ha') e em NO o menor (7,34 Mg ha').
A produtividade da água foi influenciada significativamente pelo regime
hídrico com o tratamento de rega deficitária (RI) e nível de azoto N3 a
apresentar o maior valor de produtividade da água (7,44 Kg/m').