Bragança ativa e desporto sénior em meio rural. A intervenção de um município nordestino português no envelhecimento bem-sucedido
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Avaliar, comparativamente, ganhos em saúde e ganhos sociais decorrentes da participação sénior em dois programas
de intervenção autárquica, Bragança Ativa e Desporto Sénior em Meio Rural. de estratificação de género e idade tendo por base o primeiro grupo, resultando um total de 100 participantes em duas
subamostras: o grupo de referência (inscritos nas atividades desportivas promovidas pela autarquia) e o grupo de comparação
(os que não participam nessas atividades). Aplicou-se, aos dois grupos, um inquérito para obter dados sociodemográficos,
ainda, o questionário de Otimização Seletiva com Compensação (SOC) e a escala WHOQOL-Bref para avaliar a qualidade de
vida. Para detetar a existência diferenças estatisticamente significativas nas escalas e subescalas do SOC e WHOQoL
consoante grupo amostral (referência vs comparação) interpretaram- se os resultados de testes t de student para comparação
de médias de duas amostras independentes. Invocou-se o teorema do limite central na validação do pressuposto da
normalidade populacional para a realização de testes paramétricos. Os programas de intervenção autárquica permitem alavancar recursos para um envelhecimento bem-sucedido. Esta constatação
foi verificada empiricamente através das escalas SOC e WHOQOL com particular enfâse na saúde física e nas relações sociais. Apesar destes
programas incidirem essencialmente em actividades físicas e exercício físico, estimulam uma componente de envolvimento social e de
relacionamento interpessoal, sendo uma mais-valia no processo de envelhecimento.
O facto de não se terem verificado diferenças estatisticamente significativas, deve-se possivelmente ao tamanho das amostras.
Contexto: segundo o INE (2011) e a PORDATA (2016) na Comunidade Intermunicipal das
Terras de Trás-os-Montes observa-se um índice de envelhecimento muito elevado. A 31 de dezembro
de 2011 havia 252,7 idosos por cada 100 jovens. Face ao decréscimo da população jovem, a par do
aumento da população idosa, existe a necessidade premente de encontrar soluções eficazes, conjuntas
e harmonizadas, que compartilhem meios materiais e humanos. No caso, as instituições que formam
na área da Saúde e Social e os municípios da sua área de influência desenvolvem, não raras vezes,
ações comuns com vista a investigar ganhos em saúde e sociais decorrentes de programas autárquicos,
dirigidos à população sénior. Objetivo: avaliar, comparativamente, ganhos em saúde e ganhos sociais
decorrentes da participação sénior em dois programas de intervenção autárquica, Bragança Ativa e
Desporto Sénior em Meio Rural. Métodos: 320 inscritos nos programas. Selecionaram-se
aleatoriamente 50 participantes a que se juntaram outros 50, através de critérios de estratificação de
género e idade tendo por base o primeiro grupo, resultando um total de 100 participantes em duas
subamostras: o grupo de referência (inscritos nas atividades desportivas promovidas pela autarquia) e
o grupo de comparação (os que não participam nessas atividades). Aplicou-se, aos dois grupos, um
inquérito para obter dados sociodemográficos, ainda, o questionário de Otimização Seletiva com
Compensação (SOC) e a escala WHOQOL-Bref para avaliar a qualidade de vida. Resultados: 70% dos
inquiridos são do género feminino, maioritariamente representada pelo escalão etário 65 – 74 anos
(64%) sendo a sua média etária de 70,6 anos (desvio padrão 5,3 anos). 70% são casados ou vivem em
união de fato e 22,0% são viúvos. Mais de metade (51%) têm apenas até o 4º ano de escolaridade. A
média de anos de escolaridade é de 6,4 (desvio padrão de 4,0 anos) e a maioria tem rendimentos
intermédios (68% auferem entre 421€ e 2000€). Examinadas as diferenças nas dimensões da escala de
Otimização Seletiva com Compensação (SOC) o grupo de referência destaca-se positivamente em
relação ao grupo de comparação, apresentando maiores valores médios na escala total e nas
dimensões: seleção eletiva, seleção baseada na perda e na compensação. É, contudo, na qualidade de
vida onde mais se refletem os ganhos em saúde. O grupo de referência apresenta maiores valores
médios em todas as dimensões da escala e nas dimensões relações sociais e saúde física, estas últimas
muito próximas da significância estatística. Conclusão: Os programas de intervenção autárquica
permitem alavancar recursos para um envelhecimento bem-sucedido.