Infusão e decocção da camomila romana silvestre são fontes de antioxidantes: caracterização do seu perfil fenólico Conference Paper uri icon

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  • Chamaemelum nobile L. (camomila-romana) é uma espécie silvestre e cultivada em vários locais da Europa Ocidental, América do Norte e Norte de África. Tradicionalmente é utilizada pelas suas propriedades anti-inflamatória, antioxidante, antibacteriana, entre outras. As decocções e infusões da planta seca são também usadas no tratamento sintomático de problemas gastrointestinais e de mal-estar associado ao sistema digestivo [1]. Algumas das suas propriedades bioativas podem estar relacionadas com os seus compostos fenólicos, conhecidos como antioxidantes (captam radicais livres e quelatam metáis [2]) e antitumorais (inibem o cresimento celular e a atividade de cinases, induzem apoptose, suprimem a secreção de metaloproteinases matriciais, apresentam um comportamento invasivo de tumores e combatem a angiogénese [3]). Neste trabalho, apresenta-se e compara-se o perfil fenólico da decocção e da infusão de camomila-romana proveniente de Bragança. A análise dos compostos fenólicos foi efetuada por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a deteção por díodos e espectrometria de massa (HPLC-DAD-ESI/MS). O perfil obtido para cada uma das amostras foi idêntico, apresentando apenas variações na quantidade dos compostos. Decocção e infusão apresentam ácidos fenólicos (ácidos cafeoilquínicos), flavonóis (derivados de quercetina e kaemferol) e flavonas (derivados de apigenina e luteolina). Os compostos maioritários da infusão são: ácido cafeoilquínico e um derivado de apigenina. Estes compostos, tal como outros, diminuíram significativamente na decocção. Com estes resultados fica demonstrada a importância da camomila-romana, sobretudo quando ingerida na forma de infusão, como fonte de compostos fenólicos (especialmente flavonóides), moléculas com propriedades bioativas comprovadas.
  • Este trabalho teve como objetivo determinar a composição fenólica e avaliar a atividade antioxidante de diferentes preparações da camomila-romana: infusão e decocção. As infusões revelaram os valores mais elevados para a atividade antioxidante em quase todos os ensaios realizados (EC50≤1.22 mg/mL, dependendo do ensaio) o que está de acordo com a sua maior concentração em compostos fenólicos. As decocções, por sua vez, revelaram um potencial antioxidante mais baixo (EC50≤1,48 mg/ml, dependendo do ensaio). A análise dos compostos fenólicos foi efetuada por cromatografia líquida de alta eficiência acoplada a deteção por díodos e espectrometria de massa (HPLC-DAD-ESI/MS). O perfil fenólico obtido para cada uma das amostras da camomila-romana foi idêntico, apresentando apenas variações na quantidade dos compostos. Ácidos fenólicos (ácidos cafeoilquínicos), flavonóis (quercetina e derivados do canferol) e flavonas (apigeninas e derivados da luteolina) foram encontrados nas duas preparações. Os compostos maioritários na infusão foram 5-O-cafeoilquínico e um derivado de apigenina. Estes compostos, tal como outros, diminuíram significativamente na decocção.

publication date

  • September 2012