A música antiga e as opções de concepção interpretativa actuais na perspectiva do violoncelo
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Em cerca de 500 anos de história, nunca antes a afirmação do Violoncelo na esfera da música erudita se fizera com tanta abundância de concepções técnicas e interpretativas como no século XX. Neste palco actuaram, de um lado, aqueles que defenderam uma abordagem interpretativa moderna, e do outro os que se valeram de uma abordagem interpretativa purista face ao repertório da música antiga. Actualmente, interpretar uma obra musical do período do Barroco implica a tomada de decisões muito difíceis. A controvérsia gerada em torno das concepções interpretativas do repertório musical antigo, parece ter hoje alguns exemplos de convergência. Fala-se na proximidade entre dois mundos, em não ignorar o contributo prestado pelo movimento de música antiga, não obstante os avanços em termos de recursos técnicos e expressivos ao dispor do violoncelista contemporâneo. É pela compreensão deste enredo, pela proximidade à praxis de violoncelistas de renome, pela reflexão teórica sustida nos seus próprios testemunhos, e pela identificação de factores intrínsecos à problemática, que a presente comunicação visa dar pistas no sentido de um esclarecimento maior, que possa estar à altura de estimular novas perspectivas de concepção interpretativa que se apresentam para o violoncelista neste início do segundo milénio.