Relação do estado ponderal e neurolépticos em doentes psiquiátricos crónicos institucionalizados
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Os antipsicóticos ou neurolépticos são fármacos utilizados no tratamento das perturbações mentais. Contribuíram para a diminuição do sofrimento psicológico e limitam a intensidade ou a sua duração. Um aumento na incidência de obesidade entre doentes psiquiátricos foi observado ainda na década de 60, como resultado indesejável do uso destes psicofármacos. Este efeito adverso extrapiramidal surgiu como principal obstáculo ao seu uso, dificultando a tolerância e aderência ao tratamento. Este estudo pretendeu avaliar a associação do uso de neurolépticos com o estado ponderal de um grupo de 40 doentes internados numa Unidade Psiquiátrica de Evolução Prolongada onde o exercício físico é prática diária. É um estudo longitudinal de carater quantitativo. Decorreu durante os anos de 2010 e 2011, Foi avaliado o peso e altura dos doentes, calculado o Índice de Massa Corporal (IMC), tendo sido usados para a classificação ponderal, os pontos de corte definidos pela International Obesity Taskforce (IOTF). Efetuou-se um registo sistemático das prescrições de psicofármacos em cada doente. A prática de exercício físico está programada e orientada diariamente neste serviço, pelo que a sua adesão e regularidade também foi analisada no estudo. Resultados: Foi efetuado em 40 doentes mentais de ambos os sexos, maioritariamente do sexo masculino; solteiros; com idades compreendidas entre os 23 e os 89 anos, com diversos diagnósticos e com tempos de internamento entre 1 e 30 anos. E com dietas tecnicamente controladas. Através da análise das tabelas terapêuticas de cada doente e da observação dos registos ponderais, verificamos nos diferentes diagnósticos clínicos, o aumento de peso está diretamente associado com a dose e frequência da prescrição de neurolépticos e não com a idade, sexo ou dieta. Relativamente à regularidade da prática de exercício, verificou-se uma correspondência inversa em relação do peso. É importante estimular e orientar individualmente os doentes com prescrição de neurolépticos no sentido da imprescindível prática regular de atividade física.