Avaliação do efeito das condições experimentais sobre a capacidade redutora total de extratos de alface através de um desenho experimental
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Os autores agradecem à FCT o financiamento do projeto PTDC/AGR-AAM/102447/2008.
É do conhecimento geral que o consumo elevado de frutas e vegetais diminui o risco de desenvolver doenças, nomeadamente doenças cardíacas e cancerígenas. Estas propriedades estão relacionadas com o facto das frutas e vegetais possuírem compostos com atividade biológica, tais como antioxidantes. A alface (Lactuca sativa) é um dos vegetais mais consumidos no mundo, atingindo a produção mundial de 21 milhões de toneladas, segundo dados da FAO. Atualmente a procura por produtos prontos a consumir faz com que saladas preparadas de alface tenham grande procura. Contudo, os industriais que preparam este género de produtos enfrentam o problema dos resíduos, tais como, folhas danificadas, caules, etc. Nesse sentido de forma a encontrar soluções para este problema é de extrema importância desenvolver formas de valorizar estes subprodutos.
No presente trabalho pretendeu-se utilizar um desenho fatorial a 2 níveis para determinar o efeito de certas condições operacionais a usar na extração de compostos com atividade antioxidante da alface, sua importância e possíveis interações. De entre os fatores a analisar estudaram-se a temperatura de extração (30 e 60 ºC), o tipo de solvente (metanol e água), o tempo de extração (10 e 30 minutos), o tipo de amostra (desidratada ou fresca) e a relação de amostra versus solvente (1:1 e 1:4, m/v). Avaliou-se a capacidade redutora total (CRT) através do método colorimétrico de Folin-Ciocalteu.
Tendo em conta os gráficos de Pareto e da Probabilidade Normal dos Efeitos Standardizados obtidos verificou-se que entre os fatores e as interações estudadas, o único significativo (p<0.05) foi o tipo de amostra. Verificou-se que o modelo desenvolvido permitiu prever valores de CRT semelhantes aos experimentais, obtendo-se uma relação linear, com um coeficiente de correlação igual a 0.916 e intervalos de confiança para o declive e ordenada na origem entre 0.628 a 1.05 e -0.0199 a 0.110, respetivamente, incluindo os valores um e zero, tal como desejado. Para melhor avaliar o efeito do tipo de amostra sobre a CRT, analisou-se o gráfico dos efeitos principais do qual se verificou que as amostras desidratadas apresentaram uma CRT superior à das amostras frescas. Uma vez que não se observou um decréscimo da CRT de extratos preparados a partir de amostras secas de alface, os resultados do presente estudo fornecem também um dado importante a ter em conta em trabalhos futuros, indicando que nas determinações da atividade antioxidante poder-se-á utilizar amostras secas.