Educação profissional secundária portuguesa: recorte em escolas bragançanas e lisboetas Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Os Cursos Profissionais são percursos possíveis no nível secundário de educação brasileiro e português, caraterizado por uma forte ligação com o mundo profissional. Estes cursos valorizam o desenvolvimento de competências para o exercício de uma profissão, em articulação com o setor empresarial local, mas também preparam os alunos para acederem a formações pós-secundárias ou ao ensino superior. Existe uma grande diversidade de cursos, conforme as necessidades prementes de cada país, que apresentam currículos adaptados a cada realidade e necessidade e devem atender à entrada no mundo do trabalho e à transição educativa para o ensino superior. Neste sentido, realizamos esta investigação para averiguar se os currículos planeados nos cursos profissionais do ensino secundário dos dois países são cumpridos na realidade e quais as assimetrias entre o currículo planeado e o realmente executado, bem como as implicações que têm na entrada no mundo do trabalho e no ensino superior. Assim estabelecemos como objetivos analisar comparativamente os currículos secundários profissionais no Brasil e em Portugal e os efeitos da sua entrada no mercado de trabalho e no ensino superior. Avaliámos os currículos de cursos profissionais de duas escolas secundárias em Bragança e duas em Lisboa, comparando-as com escolas do Brasil. Apresenta-se um recorte descritivo da investigação com professores e alunos que atuam na educação profissional nas duas cidades portuguesas e no Brasil. O enquadramento teórico está centrado em autores que pesquisam a formação secundária profissional e a área de formação de professores no ensino superior. Trata-se de uma investigação de cariz qualitativa e educação comparada, através da realização de entrevistas semiestruturadas do tipo grupo focal, gravadas em áudio, com os alunos e professores dos cursos profissionais. Como resultados apresentamos que a formação humanística e profissional carece de maiores aproximações nos dois países, tanto no currículo planeado como no executado. Concluímos também que há convergência entre os entrevistados sobre as dificuldades em encontrar vagas de estágios e trabalho regular, por duas razões principais: falta de experiência e de abertura para o exercício científico e perfil do curso. Percebe-se que os alunos portugueses têm uma maior preocupação para se iniciarem no mundo do trabalho. Observa-se ainda um certo distanciamento teórico-metodológico entre a formação secundária e a formação no ensino superior.

autores

  • Bentes, Haroldo

data de publicação

  • janeiro 1, 2019