Caraterização palinológica e físico-química de méis da Serra do Bussaco, centro de Portugal
Conference Paper
Overview
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abstract
A valorização dos produtos apícolas, e em particular o mel, está diretamente ligada à
avaliação dos parâmetros de qualidade e promoção das suas especificadas. Para
certificar a respetiva origem botânica e avaliar a qualidade do mel da Serra do
Bussaco foram analisadas dez amostras de méis disponibilizadas pela Associação dos
Apicultores do Litoral Centro (AALC), consideradas empiricamente pêlos apicultores,
como méis multiflorais. Para tal, fez-se a análise melissopalinológica, através da
observação do espetro polinico e elementos de melada. Posteriormente, fez-se a
avaliação físico-química da humidade, cor, condutividade elétrica, acidez,
hidroximetilfurfural (HMF), índice diastásico, prolina e perfil em açúcares. A atividade
antioxidante mediu-se mediante a análise de fenóis totais, poder redutor e a
capacidade bloqueadora de radicais livres. Foram encontradas 5 amostras de méis de
néctar e outras cinco de mistura destes com melada. Do ponto de vista qualitativo, os
resultados sugerem a existência de 7 amostras de méis multiflorais com forte
influência de Eucalyptus e com alguns outros grupos taxonómicos e 3 de méis
monoflorais de Eucalyptus. Em relação à qualidade, os valores foram aceitáveis,
embora tenha sido registada uma ligeira subida de HMF em relação ao índice
diastásico nas amostras de Miro, Mata de Bussaco e Lameira de São Pedro. O valor
mais baixo de HMF foi encontrado na amostra de Telhado e o mais alto em Lameira
de São Pedro. Todas as amostras apresentaram propriedades antioxidantes
moderadas. Entre os méis monoflorais e multiflorais, aqui estudados, foram
encontradas diferenças significativas para a trealose (t=-2, 733, p<0, 05) e para o índice
diastásico (t=-2, 778, p<0, 05). Estes méis apresentaram bom estado de frescura,
cristalizaram parcialmente e a cor situou-se na faixa de âmbar.
de Aveiro e FCT/MEC (através do CESAM por fundos nacionais e, onde aplicável FEDER e PT2020), Instituto
Politécnico de Bragança, Universidade de Trás os Montes e Alto Douro. Também se agradece à Associação dos
Apicultores do Litoral Centro (AALC), por providenciar as amostras de méis para esta pesquisa e à UniLúrio
(Moçambique) que é a instituição onde o estudante está filiado.