Risco de quedas em idosos – influência da capacidade funcional, força muscular e composição corporal Conference Paper uri icon

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  • O processo normal de envelhecimento envolve a perda da capacidade funcional e declínio funcional, causado pela deterioração dos sistemas fisiológicos. O declínio da capacidade funcional, particularmente da capacidade física, que envolve redução dos níveis de força muscular, alteração da marcha e distúrbios do equilíbrio, são amplamente indicados pela literatura como factores de risco major para as quedas em idosos. As quedas são um sério problema de saúde pública: 32% das pessoas acima dos 65 anos tiveram pelo menos uma queda por ano e 5% resultaram em fracturas. A maioria dos idosos que tiveram uma queda voltarão a cair no espaço de 6 meses (Rubenstein, 2006). A auto percepção da diminuição da capacidade de auto-protecção durante a queda (tempo de reacção para se agarrar e colocar as mãos à frente, por ex.) e a habilidade para se levantar depois de cair podem provocar medo de cair e aumentar o declínio funcional por auto-limitação da actividade e auto-restrição na participação (Melo, 2011). O objectivo do nosso estudo foi o de determinar a relação entre o medo de cair, a capacidade funcional e a composição corporal em idosos institucionalizados. Desenhámos um estudo descritivo, correlacional e transversal e, para atingir o nosso objectivo, recolhemos os seguintes dados: Variáveis demográficas: género, idade e tempo de institucionalização; História clínica e factores de risco para osteoporose; Tinetti Falls Efficacy Scale (FES) (Melo, 2011); Senior Fitness Test Rikli Jones (1999) – protocolo modificado (levantar e caminhar 6 metros, número de flexões do cotovelo em 30 segundos, sentar e levantar em 30 segundos, alcançar mãos atrás às costas, sentar e alcançar e equilíbrio unipodal com os olhos fechados). Força de preensão manual das mãos: dinamómetro manual Jamar®; Força de preensão dos polegares: dinamómetro digital Baseline®; Composição corporal através de bioimpedância com balança Tanita®. Discussão de resultados: Foram avaliados 73 idosos, 46 mulheres (81,02±7,71 anos) e 27 homens (81,81±7,76anos) com um score na escala medo de cair de 84,33±21,08. Encontrámos correlações entre a idade e: flexão do cotovelo com pesos em 30segundos (-0,400**); sentar e levantar em 30 segundos (-0,331**); sentar e alcançar (-0,307*); equilíbrio unipodal com os olhos fechados (-0,278*); teste levantar e caminhar 6 metros (0,324**); força de preensão manual da mão esquerda (-0,241*); força de preensão dos polegares direito (-0,280*) e esquerdo (-0,366**); massa óssea (-0,265*); nível de gordura visceral (0,296*). Encontrámos correlações entre a escala medo de cair e: flexão do cotovelo com pesos em 30 segundos (0,442**); sentar e levantar em 30 segundos (0,479**); teste levantar e caminhar 6 metros (-0,643**); força de preensão manual da mão direita (0,368**) e da esquerda (0,343*); força de preensão dos polegares direito (0,409**) e esquerdo (0,400**); massa óssea (0,298*); massa muscular total (0,290*). Detectámos baixos níveis de funcionalidade na agilidade, flexibilidade e equilíbrio associados à diminuição da força de preensão manual e de preensão do polegar. Os resultados relativos à composição corporal revelaram-se, também, factores de risco de morbilidade, risco de queda e fracturas de baixo impacto. Melhorar a funcionalidade da população idosa reduz significativamente os factores de risco de quedas, aumentando também a actividade e participação social que conduz à melhoria da auto-estima e da auto-imagem e da qualidade de vida.

publication date

  • January 1, 2011