melhores pastagens para os animais, é uma prática relativamente comum no Norte
de Portugal. Durante o fogo, o coberto vegetal e os horizontes orgânicos do solo são
total ou parcialmente consumidos e os horizontes minerais são aquecidos, o que
pode conduzir a modificações das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.
A fim de avaliar o efeito deste tipo de incêndios em propriedades físicas e químicas
do solo, duas regiões distintas foram selecionados para amostragem: Edroso,
Concelho de Vinhais, Trás-os-Montes e Alto Douro; Revelhe, Concelho de Fafe, Entre
Douro e Minho. A amostragem realizou-se em áreas contíguas queimadas e não
queimadas, com vegetação arbustiva semelhante, predominando Cytisus multiflorus e
Ulex europeus. Em cada área de amostragem (Edroso e Revelhe) foram
selecionados 16 locais onde se colheram amostras (8 na zona queimada e 8 na zona
não queimada), 6 meses após a ocorrência do fogo. As amostras de vegetação
arbustiva e herbácea bem como de horizonte orgânico foram colhidas numa área de
0,49 m2 por local e as amostras de solo nas profundidades 0-5, 5-10, 10-15, 15-20 e
20-30 cm. Os resultados mostram que o teor de elementos grosseiros, a porosidade e
a permeabilidade diminuem após fogo e a densidade aparente sofre um ligeiro
aumento nas zonas queimadas. No que respeita às propriedades químicas, o teor de
matéria orgânica, o alumínio de troca e a capacidade de troca catiónica efetiva
registaram aumentos após fogo, verificando-se o contrário com o fósforo, as bases de
troca e a condutividade elétrica. O potássio, o azoto total e a acidez de troca têm
comportamento diferente nas duas áreas de amostragem. As propriedades físicas e
químicas do solo sofreram alterações após fogo, por comparação das zonas
queimadas e não queimadas, sendo o tipo de vegetação que cobre os solos,
relevante neste contexto.