A insuficiência cardíaca (IC) acarreta limitação nas atividades da vida diária e consequente perda de
autonomia funcional e instrumental. Representa um dos problemas de saúde mais preocupantes devido ao seu impacte
económico significativo.
Objetivo: Identificar o impacte de um programa de exercício físico nos doentes com IC em fase de compensação em
contexto hospitalar.
Métodos: Foi implementado um estudo exploratório retrospectivo no qual participaram vinte doentes que realizaram
um mínimo de 3 sessões do programa ERIC. Os sinais vitais, monitorização do ECG e da perceção subjetiva de esforço
(PSE) foram avaliados antes e depois de cada sessão de treino, bem como escala LCADL e os parâmetros do exercício
(número de voltas na pedaleira, o número de metros caminhados no corredor e número de degraus percorridos). O
estudo apresentado decorreu num período de 3 meses.
Resultados: Os doentes (idade média de 64 anos) apresentaram uma variação positiva nos parâmetros de desempenho
do exercício, uma variação negativa na escala LCADL (29,9-20,9) e PSE após o exercício (4,85-3,82), o que significa
que melhoram a sua capacidade funcional ao longo do programa. Nenhum dos odentes apresentou eventos adversos
ou treinou fora do intervalo de frequência cardíaca de segurança (valor médio de 11,2 bpm a 12,9 bpm).
Conclusões: O programa ERIC demonstra segurança e melhoria da Capacidade Funcional do doente, com base na
análise estatística desta amostra, Estes resultados permitem-nos inferir que o exercício poderá ser um recurso efetivo
para o tratamento coadjuvante de doentes admitidos com insuficiência cardíaca descompensada. Contudo, serão necessários mais estudos com amostras maiores e com desenho do tipo randomizado.