Insegurança alimentar em académicos de origem lusófona: impacto no consumo de azeite Artigo de Conferência uri icon

resumo

  • Os meses vividos em plena pandemia COVID-19, juntamente com as medidas restritivas inerentes, trouxeram desafios a vários níveis para a população. Há um crescendo de preocupação com situações de insegurança alimentar, ou seja, de incapacidade de garantir o acesso a alimentos suficientes, seguros e nutricionalmente adequados que permitam satisfazer as necessidades nutricionais e preferências alimentares para uma vida ativa e saudável (Health, 2020). Os estudantes, em particular quando deslocados de outro país podem estar mais vulneráveis a situações de insegurança alimentar. Por outro lado, o azeite é um alimento que apesar de dispendioso quando comparado com outras gorduras, é altamente nutritivo. Este estudo teve como objetivo (i) avaliar a insegurança alimentar em membros da comunidade académica nacionais e internacionais da rede lusófona e (ii) perceber de que forma o consumo de azeite se associa a situações de insegurança alimentar. Os participantes foram recrutados entre a comunidade do IPB entre junho e julho de 2021. A insegurança alimentar referente aos últimos três meses foi avaliada usando uma escala psicométrica, constituída por 14 questões, adaptada e validada para português (Gregório et al., 2014) e o consumo de azeite de acordo com os critérios de adesão à Dieta Mediterrânica (Martínez-González et al., 2012). Os dados foram analisados pelo SPSS® e os resultados comparados pelo teste de Qui Quadrado de Pearson. Foi inquirida uma amostra aleatória de 74 participantes dos quais 36 nacionais e 38 internacionais: 86,8% dos nacionais reportaram segurança alimentar e 13,2 % uma insegurança leve. Entre os migrantes apenas 53,8% reportou uma situação de segurança alimentar, enquanto 13 participantes (33,3%) reportaram insegurança alimentar leve e 5 (12,8%) insegurança alimentar moderada. A prevalência de insegurança alimentar em membros internacionais é significativamente maior (p = 0,002). O consumo de azeite revelou ser independente da insegurança alimentar nesta amostra. Este estudo piloto revelou que a insegurança alimentar é uma realidade entre a comunidade académica do IPB, em particular a internacional. Torna-se premente uma avaliação sistemática desta realidade, de forma a detetar a verdadeira dimensão do problema e delinear estratégias que visem colmatar eventuais dificuldades no acesso à alimentação.

autores

  • Manuela Meireles
  • Almeida-De-Souza, J.
  • Ferro Lebres, Vera

data de publicação

  • janeiro 1, 2021