As úlceras de pressão são um problema antigo e uma realidade actual, são um problema de saúde pública a nível nacional e a nível internacional.
As úlceras de pressão podem ser descritas como uma lesão localizada na pele e tecidos subjacentes causada por pressão, tensão, fricção e/ou combinação destes factores (Flanegan, 2001).
Este artigo surge na necessidade de despertar algumas consciências para a questão relacionada com a importância da prevenção das úlceras de pressão.
Esta realidade tem vindo a merecer alguma preocupação e consideração devido aos encargos económicos e ao défice de qualidade de vida por ela criados.
Relativamente à despesa com a saúde, ela tem vindo a aumentar e existem múltiplas razões que justificam este facto, entre as quais salientamos o envelhecimento da população, a dependência de tecnologias cada vez mais sofisticadas e as crescentes expectativas dos consumidores (Franks, 2004).
Por outro lado as úlceras de pressão reduzem a qualidade de vida relacionada com a saúde. “A pessoa com úlcera de pressão pode experienciar dor, embaraço e pode sentir-se impedida de realizar as suas actividades de vida diárias” (Clark, 2004: ).
De facto as úlceras de pressão são preveníveis em muitas circunstâncias. A existência ou não de protocolos de prevenção pode alterar a taxa de êxito da necessária intervenção multidisciplinar.
A prevenção eficaz das úlceras de pressão tem sido vista tradicionalmente como um importante indicador da qualidade dos cuidados prestados (Ferreira, Miguéis, Gouveia, & Furtado, 2007).
Os cuidadores de saúde têm tendência a culparem outros cuidadores e famílias e até a culpabilizarem-se da prestação de maus cuidados evidenciados pela presença de úlceras de pressão. Estes maus cuidados referem-se essencialmente às áreas da mobilização e da higiene.
A Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados (2007: 3) afirma que “o aparecimento de uma úlcera é quase sempre consequência do incumprimento de boas práticas nos cuidados prestados a doentes sujeitos a longos períodos de imobilidade”.
Se compreendermos a epidemiologia, incidência e prevalência das úlceras de pressão e a totalidade dos factores que potenciam ou provocam o seu aparecimento, mais fácil podemos adoptar práticas que permitam prevenir as úlceras de pressão.
Os doentes com acidente vascular cerebral são portadores de condições predisponentes que os tornam mais susceptíveis ao desenvolvimento de úlceras de pressão.
“Uma precoce e regular estratificação do risco de desenvolver uma úlcera de pressão é fundamental para a adopção de medidas preventivas adequadas e para a implementação de uma estratégia terapêutica adequada” (Rocha, Miranda, & Andrade, 2006: 29).