Utilização de solos residuais para infiltração de águas residuais tratadas
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A reutilização de águas residuais tratadas (ART) é praticada, na maioria dos casos, como uma estratégia de conservação da água em regiões onde os recursos hídricos são escassos, mas também por motivos ambientais, a fim de se preservar a qualidade da água de meios recetores, reduzindo a descarga de efluentes de estações de tratamento de águas residuais (ETAR). Nos próximos anos, a região da Beira Interior (Portugal) necessitará de um maior volume de água, não só para atividades domésticas e industriais, mas também para atividades agrícolas (cobertas pelo Plano de Regadio da Cova da Beira) e recreativas (rega de campos de golfe, áreas desportivas e de lazer), uma vez que o Turismo é uma das apostas de desenvolvimento da região. Assim, a recarga de aquíferos pode constituir uma alternativa para o restabelecimento de volumes de água subterrânea que poderão ser utilizados para satisfazer parte daquelas atividades. Após uma campanha de monitorização de dois anos na ETAR de Vila Fernando (Guarda, Portugal), as caraterísticas do efluente tratado sugerem que poderia ser utilizado para infiltração no solo. Optou-se por um tipo de recarga por bacias de infiltração, tendo sido realizada, para a sua localização, uma análise multicritério baseada em Sistemas de Informação Geográfica (SIG), combinando seis cartas temáticas e critérios ambientais, técnicos e económicos. O procedimento de cálculo envolveu a sobreposição de áreas de exclusão e inclusão de cada uma das cartas temáticas sobre a área de estudo, através de operações algébricas de mapas. Obteve-se uma Carta de Aptidão final que indica uma área favorável de 6,4 ha para infiltração de ART no solo. Num dos locais selecionados, recolheram-se amostras de solo residual de granito, indicando os resultados das análises que este apresenta características favoráveis à infiltração de ART.