Sistemas de manutenção da superfície do solo e influência na dinâmica da água no solo em olival de sequeiro em Trás-os-Montes
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Este estudo pretendeu avaliar o efeito de diferentes sistemas de cobertura da superfície do solo na
dinâmica da água do solo num olival (Olea europaea L. cv., Cobrançosa) de sequeiro (7m x7m)
localizado em Mirandela (40,5oN; 7,2oW). Foram comparados quatro sistemas de manutenção da
superfície do solo: i) mobilização tradicional (MT), ii) não mobilizado com vegetação espontânea
(NMVN), iii) cobertura com leguminosas de ciclo anual e resementeira natural, CL), iv) cobertura com
tremoço (CT). Os resultados são preliminares e reportam-se ao ano de 2011. Estes demonstraram que o
tipo de cobertura exerce um efeito benéfico na infiltração de água no solo. No período de recarga do solo,
registou-se uma quantidade de precipitação total de 125,2 mm, observando-se um comportamento do
armazenamento de água no solo (AS) variável com o tipo de cobertura. A CL foi a que atingiu o maior
valor enquanto o MT o menor, o que correspondeu a um incremento de (16%); enquanto as CT e NMVN
não apresentaram diferenças entre si, mas com valores superiores ao MT em 8-9%, respetivamente. Por
outro lado, na CL o AS foi superior em 6% em relação às outras coberturas vegetais. Contudo, todos os
tratamentos atingiram o limite superior do teor em água no solo (TAS). Em termos temporais verificamos
que no final do Inverno e início da Primavera o TAS do perfil do solo (0-0.6m) junto às oliveiras foi igual
em todos os tratamentos. No início da Primavera os valores superiores doTAS ocorreram no MT e foram
cerca de I ,4; I ,9; e 1, 7 vezes superiores aos da CL, da CT e do NMVN, respectivamente. O que parece
indicar a existência de uma certa competição pela água do solo, uma vez que a eliminação da vegetação
ocorreu tarde (21 Maio). A partir deste período os valores médios do TAS foram sempre superiores na CL
e CT e menores no NMVN e no MT, não existindo diferenças entre estes dois. Comparando os valores
médios do perfil do TAS, após 21 Maio até ao início do Outono, entre a CL e o MT observamos um
aumento que variou de 1,2 a 1,3 e que foi similar ao aumento verificado na CT. No Verão o TAS atinge
valores baixos em todos os tratamentos chegando a um mínimo de 0.05 m3m-3 (no MT e no NMVN). Em
relação à variação espacial verificamos que durante todo o ano que os valores de TAS no MT foram
iguais na linha e na entre-linha; já nas coberturas vegetais foi sempre superior na EL (a partir de 21
Maio), o que se poderá atribuir à diminuição da evaporação pelos resíduos que permanecem no solo.
Estes resultados, apesar de preliminares, sugerem que as coberturas vegetais têm efeitos benéficos no
armazenamento de água do solo, especialmente a C L.