A pedregosidade como indicador do estado de degradação física do solo: comparação entre solos climácicos e solos degradados
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A pedregosidade (elementos grosseiros) dos solos é uma característica incontornável na análise de processos pedológicos, geoquímicos e geomorfológicos, sendo bastante significativa em várias áreas da Europa Mediterrânica. Os efeitos da pedregosidade superficial são notáveis em vários solos, tendo um papel importante na redução da erosão. O principal objetivo deste trabalho é testar uma metodologia de avaliação do estado de degradação física dos solos, usando como indicador o teor de elementos grosseiros presente nos 20 cm superficiais do solo. Selecionou-se duas áreas de amostragem: uma em condição assumida como climácica, ou seja, um local representativo de baixa degradação do solo, e outra em áreas queimadas, onde a degradação do solo é severa. Foram definidos aleatoriamente pontos em cada área, e delimitada uma superfície quadrada de 20 cm x 20 cm. Nesta área foram definidas diversas camadas, que foram colhidas separadamente até uma profundidade de 20 cm. A partir destas amostras determinou-se a massa, volume e densidade dos elementos grosseiros. Os resultados obtidos mostram que em casos de degradação severa o teor em elementos grosseiros à superfície é maior do que em condição não degradada, situação explicada pela remoção seletiva de elementos finos por erosão hídrica acelerada naquelas áreas.
O solo é a camada superficial da crosta terrestre, cobre os continentes, constitui a interface
entre a terra, o ar e a água e aloja a maior parte da biosfera [1]. O solo é um recurso natural não
renovável à escala da vida humana, e como tal, é indispensável a sua conservação. Qualquer
tipo de perturbação deste recurso pode traduzir-se em danos no meio ambiente e nos
ecossistemas.
A pedregosidade (elementos grosseiros) dos solos é uma característica incontornável na análise
de processos pedológicos, geoquímicos e geomorfológicos, sendo bastante significativa em
várias áreas da Europa Mediterrânica, onde Trás-os-Montes se integra [2,3]. Os efeitos da
pedregosidade superficial são notáveis em vários solos, tendo um papel importante na redução
da erosão. Os solos mais representativos em Trás-os-Montes são os Leptosolos, principalmente
em áreas de xistos, de maior declive, caracterizando-se por serem limitados em profundidade e
terem um elevado teor de elementos grosseiros. A erosão dos solos é um problema que tem
vindo a aumentar ao longo dos últimos anos, devido principalmente ao impacto das atividades
humanas [3].
Com o trabalho desenvolvido pretende-se testar uma metodologia de avaliação do estado de
degradação física dos solos, usando como indicador o teor de elementos grosseiros presente nos
20 cm superficiais do solo. Foram assim selecionadas duas áreas de amostragem: uma em
condição assumida como climácica (Serra da Nogueira, sob carvalhal), ou seja, um local
representativo de degradação reduzida do solo e outra em áreas queimadas, onde a degradação
do solo é severa (Aveleda, Parque Natural de Montesinho, sob mato ardido).