Ao longo do ciclo vital, o Ser Humano conhece vivências e acontecimentos que
o conduzem à reflexão sobre a morte e o processo de morrer. Decorrente desta
realidade, a consciencialização da morte traduz a construção social de experiências pessoais e é sensível a determinantes culturais do contexto onde o indivíduo
cresce e realiza o seu percurso de vida (Salum, et al., 2017). Ainda que seja entendida
como a última etapa de um processo biológico que decorre dentro de um ciclo, a morte
é uma experiência quetranscendeeste prisma, na medida em que, paralelamente, assume
um caráter religioso, social, filosófico, antropológico,espirituale pedagógico (Medeiros,
Karine, & Bonfada, 2012).
Decorrente da evolução técnica e científica, da melhoria das condições de vida e do
incremento da disponibilidade e equidade no acesso aos cuidados de saúde, a esperança
média de vida foi exponenciada ao longo do tempo. Inevitavelmente, esta realidade determinou o aumento do número de indivíduos com doença crónica e avançada, sendo
que, atualmente, Portugal conhece uma profunda mudança do perfil demográfico e epidemiológico que resulta em desafios para a sociedade e para o Sistema de Saúde (Ministério da Saúde, 2018).