Paridade: influencia na qualidade de vida da grávida Conference Paper uri icon

abstract

  • A gravidez é uma etapa comum na vida reprodutiva da mulher à qual se tem dedicado pouca atenção. As modificações normais percebidas pela grávida nos domínios, físico e psicológico e a sua influência na qualidade de vida, têm sido pouco exploradas. A influência da paridade na qualidade de vida constitui se também um assunto do qual há poucas evidências, motivo que nos suscitou o interesse pelo estudo. A gravidez representa uma etapa da vida onde surgem diversas alterações que superam largamente a componente física e abrangem a dimensão psicológica, social e cultural. Estas podem influenciar positiva ou negativamente a qualidade de vida da grávida, enquanto uma noção eminentemente humana, subjetiva e polissêmica que se refere ao bem-estar que os indivíduos e a coletividade encontram na vida familiar, amorosa, social e ambiental. Falar desta, implica satisfação com a mesma, sendo da maior relevância a sua abordagem. Este estudo quantitativo, descritivo e exploratório teve como objetivo comparar a qualidade de vida nas grávidas primigestas e multigestas. As participantes foram 88 grávidas no terceiro trimestre de gravidez (52 primigestas e 36 multigestas) inscritas nas consultas de obstetrícia da Unidade Local de Saúde do Nordeste entre maio e julho de 2013. O instrumento de recolha de dados utilizado, comporta um conjunto de questões que permitiram avaliar algumas características socio demográficas e achados obstétricos. Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a escala da qualidade de vida da OMS WHOQOL-Bref. Destacamos como principais conclusões a amostra ser constituida por 88 grávidas, 52 primigestas (59,1%) e 36 multigestas (40,9%), apresentam idades entre 19 a 41 anos, residem em meio urbano 82,7% das primigestas e 69,4% das multigestas, 44,2% das primigestas possui grau academico de licenciado e 38,9% das multigestas completou o 9º ano. A situação laboral da amostra revela que estão empregadas 76,9% das primigestas e 66,7% das multigestas. Nas variaveis obstétricas 80,8% das primigestas fizeram preparação para o parto enquanto das multigestas só fizeram 25%, realizaram entre (4-11) consultas de vigilância prénatal 67,3% das primigestas e 80,5% das multigestas. Planearam a gravidez 78,8% das primigestas e 58,3 % das multigestas; a gravidez foi desejada por 98,1% das primiparas e 91,7% das multigestas. As gravidas inquiridas (primigestas e multigestas) apresentam boa qualidade de vida. Observando o valor médio nas respostas da escala WHOQOL-Bref podemos afirmar que as primigestas têm melhor perceção de qualidade de vida. Nos subdominios físico, psicologico, social constata-se que as primigestas continuam a apresentar valores mais elevados que as multigestas. Para os valores de Alpha de Cronbach tambem se observam diferenças favoraveis para as primigestas.

publication date

  • January 1, 2014