Intervenção em reabilitação cardíaca: será o treino de exercício físico benéfico nos doentes com insuficiência cardíaca descompensada?
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A insuficiência cardíaca é caracterizada , de um ponto de vista funcional, como uma patologia que provoca limitações na realização das atividades de vida diária e consequente perda de autonomia funcional e instrumental devido aos seus sintomas clássicos , tais como: dispneia , edema , cansaço fácil e intolerância à actividade . Estes sintomas levam o doente a procurar a inactividade com forma de preservação de energia e evitar esses sintomas , tornando se cada vez mais dependente. Sabe-se que o exercício físico é benéfico e seguro quando aplicado de acordo com as características do paciente e o seu estado de saúde , mesmo no processo de estabilização da fase aguda da sua patologia. Objetivos: Identificar as variáveis que promovem uma melhor resposta ao exercício em pacientes com insuficiência cardíaca em fase aguda. Perceber se o exercício estruturado e supervisionado na fase aguda permite que o doente melhore a resistência ao exercício, assim como a sua capacidade funcional e desempenho das AVD’s . Identificar os indicadores de ganhos em saúde decorrentes de um programa de reabilitação. Método: Através do método exploratório, foram identificadas as variáveis clínicas e fisiológicas que sofrem modificação com o exercício físico e quais as que promovem uma melhor resposta ao mesmo, na fase aguda da doença. Foram seleccionados doentes de um serviço de cardiologia que cumpriram um mínimo de 3 sessões de um programa de exercício físico com níveis de intensidade crescente. Foram avaliados os sinais vitais , a percepção subjetiva de esforço (escala de Borg) e a dispnéia associada às atividades de vida diária (escala London Chest Activity Daily Living - LCADL ) antes e após a atividade. A intensidade e progressão no programa foram também avaliadas através dos parâmetros de execução do exercício, como o número de voltas sobre na pedaleira, o número de metros percorridos, o número de degraus que subiu e o número de repetições dos exercícios de fortalecimento muscular. Resultados: Foram avaliados 20 doentes, com média de idade de 64,05 ± 9,97 anos . Os dados obtidos mostraram uma variação positiva , o que significa que os doentes melhoraram sua capacidade funcional ao longo do programa, apesar de estarem em fase aguda de insuficiência cardíaca. Conclusão: A análise descritiva e inferencial dos dados permite concluir que os pacientes com a prática prévia de exercício, menor frequência cardíaca basal , saturação de oxigénio mais elevada e menor número de factores de risco cardiovascular associados, apresentaram melhor resposta ao exercício, com melhor evolução ao longo do programa.