Do pessoal ao político: as metodologias de investigação qualitativa como aliadas da ação uri icon

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  • Tem sido incómodo o persistente questionamento dos pressupostos tradicionais de produção do conhecimento científico que é feito pelos Estudos sobre as Mulheres, de Género e Feministas (EMGF) às ciências sociais e humanas. Esta visão crítica estende-se, porém, também às ciências ditas exatas, que há muito começaram a abandonar a defesa do monismo metodológico, deixando de acreditar que há apenas uma via de trabalho credível – a nomotética – para separar o domínio especulativo do científico. Os argumentos de contestação usados pelos/as investigadores/as dos EMGF prendem-se não apenas com a conceção de sujeito (abstrato) que é objeto de estudo, mas também com a suposta neutralidade dos contextos ou, diríamos, com o quase «branqueamento» das condições de vida das pessoas, o que tornaria, nessa perspetiva, plausível aceitar a universalidade das generalizações ou validar a exaustividade inerente à noção de representatividade das amostras. Trata-se assim, de repensar criticamente as dimensões ontológicas e epistemológicas que alicerçam o trabalho de investigação, bem como as vertentes metodológicas e éticas do saber que vai sendo construído nas diversas áreas científicas.

publication date

  • January 1, 2020