Impacto da substituição de espécies florestais no armazenamento de carbono nos horizontes orgânicos e minerais do solo
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O presente trabalho tem por objetivo avaliar a influência da substituição de áreas de Quercus
pyrenaica, que constitui a vegetação climácica da Serra da Nogueira, Nordeste de Portugal,
pela espécie Pseudotsuga menziesii, no armazenamento de carbono nos horizontes orgânicos
e minerais do solo. Selecionaram-se três áreas de amostragem em zonas adjacentes com
condições edafo-climáticas idênticas: a primeira coberta por Quercus pyrenaica (QP)
representa o solo original, a segunda localiza-se num povoamento de Pseudotsuga menziesii
com 40 anos (PM40) e a terceira, também sob Pseudotsuga menziesii com 15 anos de idade
(PM15). Em cada área de amostragem, elegeram-se de forma aleatória 10 locais, onde foram
colhidas amostras de horizonte orgânico numa área de 0,49 m2 e amostras de solo nas
profundidades 0-5 cm, 5-10 cm e 10-20 cm, em cada um dos locais. Os resultados mostram
que a concentração de carbono é significativamente mais elevada nos horizontes orgânicos
sob a espécie autóctone (QP), mas a quantidade de resíduos orgânicos acumulados na
superfície do solo é maior sob a espécie introduzida (PM40 e PM15). Os horizontes orgânicos
armazenam 17, 13 e 6% do total de carbono em PM40, PM15 e QP, respetivamente. Quatro
décadas após a substituição de espécies, observa-se uma perda de carbono nos horizontes
minerais do solo, embora sem diferenças significativas quando se compara o solo sob a
espécie introduzida (PM) com o da espécie original (QP). Quando se consideram
conjuntamente os horizontes minerais e orgânicos observam-se perdas de carbono de cerca de
30% em PM15 e ganhos de cerca de 10% em PM40. Com base nos resultados, sob a espécie
PM os horizontes orgânicos funcionam como sumidouro, enquanto os horizontes minerais
funcionam como fonte de carbono.